Drones reforçam proteção de quelônios no Parque Nacional de Anavilhanas, no AM


Por: Ana Pastana

23 de outubro de 2025
Drones reforçam proteção de quelônios no Parque Nacional de Anavilhanas, no AM
As fiscalizações foram intensificadas com o início do período de seca em 2025 para garantir a sobrevivência de espécies como tartarugas e tracajás (Reprodução | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), passou a usar drones para monitorar possíveis crimes ambientais envolvendo quelônios que se reproduzem nas praias do Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas. As fiscalizações foram intensificadas com o início do período de seca em 2025 para garantir a sobrevivência de espécies como tartarugas e tracajás.

Agentes do Ibama em ação de fiscalização no Amazonas (Reprodução/Ibama)

O agente do Ibama Cícero Furtado, afirmou que, nas praias formadas na região foi possível identificar diversas pegadas de tracajás e tartarugas, indicando a chegada dos animais para o período de desova. Segundo ele, as equipes intensificam as ações de fiscalização e realizam o monitoramento dessas áreas com o apoio de drones, tecnologia que permite ampliar o alcance das atividades e cobrir uma área mais extensa.

Nós estamos aqui nas praias que se formam no Parque Nacional de Anavilhanas. A gente observa que há muitas pegadas de tracajás e tartarugas, então isso mostra que eles estão vindo para cá para desovar, e isso faz com que as equipes intensifiquem as ações de fiscalizações para que a gente faça o monitoramento dessas áreas. Nós aprimoramos a nossa tecnologia no caso aqui usando drones para conseguir fazer uma fiscalização em uma área mais extensa“, explicou.

O agente do Ibama, Cícero Furtado (Reprodução/Arquivo Pessoal)

De acordo com o agente do ICMBio Enrique Salazar, a presença humana irregular tem aumentado na região, com infratores que trafegam pelo rio e desembarcam nas praias para coletar ovos de quelônios ou capturar os animais vivos durante o período de desova. Essa prática ilegal compromete o equilíbrio ecológico e interfere no ciclo reprodutivo de espécies essenciais ao ecossistema amazônico, como os tracajás e as tartarugas-da-amazônia.

Nós estamos na praia da Raimunda, no Rio Negro, dentro do Parque Nacional de Anavilhanas, em uma ação de fiscalização, vistoria de praias, né, é uma época de vazante então é uma época em que as tartarugas desovam e são muito capturadas aqui nas praias. Então, a gente está verificando aqui se existe rede, se existe gente atacando ovos de quelônios e até de aves também aqui na região“, explicou.

O agente do ICMBio, Enrique Salazar (Reprodução/Arquivo Pessoal)

O uso da tecnologia tem se mostrado um importante aliado no combate aos crimes ambientais. O ICMBio passou a utilizar drones equipados com câmeras capazes de sobrevoar as áreas e identificar movimentações suspeitas. O emprego desses equipamentos aprimora as ações de fiscalização, permitindo o monitoramento em tempo real, ampliando o alcance das operações e aumentando a segurança na região.

Agente do ICMBio pilotando um drone sobre as areias formadas em Anavilhanas (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Durante uma das visitas ao local, os agentes ambientais encontraram centenas de ovos de tracajás e tartarugas nas áreas de praia utilizadas para desova e incubação natural. O registro mostra a importância ecológica da região como berçário de diversas espécies aquáticas, especialmente tracajás e tartarugas, que dependem desses ambientes para a continuidade de seus ciclos reprodutivos.

Ovos de tartarugas, tracajás e quelônios encontrados pelos agentes ambientais (Reprodução/Arquivo Pessoal)
Anavilhanas

O Parque Nacional de Anavilhanas fica localizado Rio Negro, cerca de 40 quilômetros de Manaus, na altura do município de Novo Airão (AM), sendo o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, com cerca de 400 ilhas e 60 lagos. Em 2000, por conta da imensa biodiversidade e riquezas naturais, o Parque foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Natural da Humanidade.

No período de seca, entre os meses de setembro a fevereiro, anualmente, surgem as praias de areias brancas que emergem por todo o arquipélago.

Bancos de areia surgem durante o período de seca na região do Parque Nacional de Anavilhanas (Reprodução/Arquivo Pessoal)
Leia mais: No Amazonas, Ibama combate captura ilegal de quelônios
Editado por Jadson Lima

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.