‘E eu continuo delegado de Polícia Federal’, Alexandre Saraiva ironiza saída de Salles do Ministério do Meio Ambiente


23 de junho de 2021
‘E eu continuo delegado de Polícia Federal’, Alexandre Saraiva ironiza saída de Salles do Ministério do Meio Ambiente

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O delegado da Polícia Federal (PF), Alexandre Saraiva, ironizou a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente (MA), que pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 23, ao presidente Bolsonaro. Em uma publicação nas redes sociais, Saraiva comentou “e eu continuo delegado de Polícia Federal” junto a um emoji (figurinha) sorridente com óculos de sol.

Em seguida, Saraiva compartilha trecho de uma entrevista de Salles à coluna Valor Econômico, do jornal O Globo, na qual o então ministro do Meio Ambiente é questionado sobre a polêmica frase “passar a boiada”, uma referência para propor alterações nas normas ambientais, sob alçada do Executivo. “Eu avisei que não ia passar boiada”, escreve o delegado da Polícia Federal.

Exoneração

Desde o ano passado, o agora ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estava em atrito com a Polícia Federal por causa da apreensão de madeiras, no Pará, considerada a maior da história. Em abril deste ano, o então superintendente da instituição, Alexandre Saraiva, enviou uma notícia-crime contra o ministro, alegando o crime de “obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público no trato de questões ambientais”. O caso culminou com o delegado exonerado do cargo.

Desde então, Ricardo Salles passou a ser alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal realizou buscas contra o ministro do Meio Ambiente e servidores do Ibama e da pasta na operação batizada de Akuandaba, deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também determinou o afastamento do presidente do Ibama, Eduardo Bim, por suspeitas de irregularidades.

Em junho, a ministra Cármen Lúcia, do STF, determinou a abertura de inquérito para investigar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A magistrada atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia solicitado a instauração de investigação ao Supremo com a necessidade de apurar a suspeita dos crimes de advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa.

Nesta quarta-feira, 23, Salles pediu demissão. O ato de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e o atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, foi nomeado para o cargo.


Edição: Andréa Vieira

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