‘Economia da destruição’, diz Greenpeace sobre garimpo ilegal em Terra Indígena Munduruku

Mulheres e crianças Munduruku em ato de fechamento de garimpo no interior da terra indígena, em 2019 (Movimento Iperegayu)

Com informações da Assessoria

O porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, disse, por meio de nota, que os planos do Governo Bolsonaro e da bancada Ruralista no Congresso são limitar os direitos indígenas e quebrar o usufruto exclusivo das terras em prol da “economia da destruição”.

“Para além das falas do presidente, são muitas as iniciativas que buscam entregar as terras indígenas para a chamada “economia da destruição”, a exemplo do Projeto de Lei (PL) 191/2020 e do PL 490/2007, que na prática, obrigarão os povos indígenas a abrir mão de seu modo de vida e a se associarem ao agronegócio e à mineração”, a afirmação foi feita em comentário sobre operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira, 26, de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Munduruku, no município Jacareacanga, no Pará.

PUBLICIDADE

Ação foi uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ao Governo Federal a adoção imediata de medidas necessárias à proteção da vida, da saúde e segurança do povo Munduruku.

Alvo de uma sequência de denúncias produzidas por lideranças do povo Munduruku ao Ministério Público Federal (MPF), as ações criminosas do grupo “Boi na Brasa”, no interior da TI Munduruku, foram alvo de quase um ano de investigação realizada pela PF e que acabou por tornar réus, oito acusados de comandar as operações do referido grupo, dentre eles, cinco indígenas envolvidos no esquema investigado.

Veja também: Garimpeiros atacam lideranças indígenas e incendeiam casas de Mundurukus, no PA

Os acusados serão processados e julgados por crimes contra o meio ambiente, associação criminosa e extração ilegal de minério, podendo ser condenados a penas que, somadas, ultrapassam 30 anos de prisão. Não é novidade que a TI Munduruku tem sido sistematicamente invadida por garimpeiros. De 2008 a 2020, 61 km² da TI Munduruku foram destruídos, sendo 63% desse total, entre 2019 e 2020, sob clara influência da promessa do governo Bolsonaro de abrir as terras indígenas à mineração e ao garimpo.

Para Danicley de Aguiar, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, os planos do governo Bolsonaro e da bancada ruralista no Congresso são de limitar os direitos indígenas e quebrar o usufruto exclusivo das terras indígenas em prol da “economia da destruição”.

“Depois de 520 anos, não podemos aceitar que tudo que temos a oferecer aos sobreviventes do genocídio praticado ao longo do processo de colonização e constituição de nossa sociedade, seja tão somente mais morte e desrespeito”, afirma Danicley.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.