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Eduardo Braga ataca jornalista do SBT em debate e profissional reage: ‘O senhor quer levantar a voz para mim por que eu sou mulher?’
A jornalista Márcia Dantas e o candidato ao Governo do Amazonas, Eduardo Braga (Thiago Alencar/CENARIUM)
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29 de setembro de 2022
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS – O candidato ao Governo do Amazonas Eduardo Braga (MDB) se descontrolou no debate do SBT nesta quinta-feira, 29, com a mediadora, a jornalista Márcia Dantas. O destemperamento de Braga, que é senador, foi comentado por outros candidatos presentes no debate do Grupo Norte, filial da emissora no Amazonas. Essa não foi a primeira vez que o parlamentar trata mulheres com agressividade.
Um vídeo encaminhado à reportagem mostrou Márcia Dantas nervosa exigindo respeito durante um dos intervalos do debate. “Levantar a voz para mim por que eu sou mulher? O senhor me respeite”, diz ela, sendo depois amparada pelo candidato Henrique Oliveira, que também participava do debate.
A REVISTACENARIUM apurou junto à produção do Grupo Norte que, durante o intervalo, Eduardo Braga se exaltou com a jornalista e disse que “ela não sabia fazer o trabalho de mediadora”. “Que ela [a mediadora] está equivocada, errada, não presta atenção no debate e nas regras”, explicou a fonte, que preferiu não se identificar.
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Assista
A tensão, segundo informado à reportagem, teve início quando Eduardo Braga afirmou, com grosseria, que a mediadora estava equivocada sobre para quem ele podia fazer uma pergunta durante um dos blocos. “Não, não, a senhora está equivocada, eu posso perguntar para qualquer um”, disse o candidato.
Logo em seguida, Braga exigiu direito de resposta por acusações feitas pelo candidato Henrique Oliveira (PROS). A mediadora lembrou que, de acordo com as regras da emissora, o assessor jurídico do candidato é quem deveria pedir o direito de resposta, durante o intervalo, diretamente à equipe jurídica da empresa.
Candidatos criticam
O episódio registrado nos bastidores foi confirmado pelo candidato Henrique Oliveira que comentou a cena realizada pelo senador Eduardo Braga. Oliveira chamou a atitude do adversário de “intranquilidade”.
“Peço desculpas ao povo amazonense pelo triste retrato do que aconteceu, aqui, no intervalo. Você viu que o intervalo foi muito maior. O Eduardo mais uma vez mostrou toda a intranquilidade, principalmente, em relação às mulheres”, falou.
Henrique Oliveira
A candidata Carol Braz (PDT) chamou de “machismo” a atitude. “Triste ato de machismo do candidato Eduardo Braga, que acha que porque é homem pode agir com agressividade”, explanou.
Carol Braz
Histórico agressivo
Em dezembro do ano passado, Eduardo Braga atacou a ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, durante um telefonema. Segundo Flávia, Braga gritou com ela proferiu palavras de baixo calão ao reclamar de emendas parlamentares negadas pelo Palácio do Planalto. As informações foram reveladas, à época, pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
De acordo com Jardim, as emendas, que não tiveram o valor e sua destinação informados, haviam sido prometidas pelo Palácio do Planalto, mas não chegaram a ser liberadas. Em telefonema a Flávia Arruda, Braga não teria gostado da negativa e teria destratado a ministra. “Braga extrapolou. Flávia não segurou a onda. Chorando, passou a ligação para que Ciro Nogueira, o chefe da Casa Civil, que acompanhava a cena ao lado da ministra, tentasse contornar a situação”.
Com a repercussão nacional que o caso tomou, a ministra confirmou ao jornal O GLOBO que Braga tentou lhe intimidar com gritos e palavrões durante a ligação telefônica. “Gritos não me amedrontam. O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira”, disse à época.
Eduardo Braga
Em nota à imprensa, Eduardo Braga disse que as alegações de Henrique Oliveira e Carol Braz, de que o senador ofendeu a apresentadora, foi um “fato que não ocorreu”. O senador acrescentou, ainda, que pediu direito de resposta e que o jurídico analisou e concedeu a oportunidade de esclarecimento, “não ocorrendo discussão, ofensa, nem tratamento descortês à mediadora”, finaliza a nota.
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