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Em Manaus, Rio Negro atinge cota de inundação severa e águas já ameaçam casas de palafitas
O Rio Negro chegou, nesta segunda-feira, 9, a marca de 29,10 metros, segundo dados do Porto de Manaus (Ricardo Oliveira/CENARIUM)
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09 de maio de 2022
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – A cheia do Rio Negro, em Manaus, atingiu a cota de inundação severa durante o fim de semana e registrou, nesta segunda-feira, 9, a marca de 29,10 metros acima do nível do mar. Os dados são do porto da capital amazonense e marcam o início das enchentes nas casas de palafitas e comércios de alguns bairros da cidade às margens das águas.
A probabilidade, conforme a estimativa do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), é que o Rio Negro deve chegar a 29,80 metros, em 2022, considerando 80% de confiança. A subida das águas, contudo, pode variar entre 28,7 e 30,10 metros, sendo este último a cota máxima, podendo ser registrada em junho deste ano, aproximando-se do recorde histórico de 2021, quando a marca das águas atingiu 30,02 metros.
Impactos
Os impactos da cheia do Rio Negro já afetam o cotidiano da população, que se vê pressionada a recorrer por ajuda dos órgãos públicos. Em todo o Amazonas, o governo prevê que 385 mil pessoas sofram alguma consequência com a subida das águas.
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Até esta segunda-feira, 9, segundo a Defesa Civil do Estado, são 12 municípios em situação de emergência e 37 em alerta. Na zona rural de Manaus, a estimativa é que sejam impactadas 14 comunidades com o alagamento, conforme a Defesa Civil municipal.
Na zona urbana da capital, o bairro Educandos é um dos que mais sofre com as adversidades do fenômeno das cheias. Na região, além da enchente, os moradores precisam transitar entre estruturas de madeiras montadas de relance, pelas autoridades, entre uma casa e outra, e com o surgimento de animais peçonhentos, como cobras e jacarés.
Lixo no Rio Negro
As primeiras consequências, no entanto, surgem com a grande quantidade de lixo descartado irregularmente nas águas e que, na maioria da região, não é coletado pela Prefeitura, segundo moradores. Junto ao despejo dos resíduos no rio estão o mau odor, gerando incômodo para crianças, jovens e adultos.
“Já estamos nessa situação e a tendência é que o rio aumente muito mais. Infelizmente, o lixo é exposto com a subida das águas e não há coleta na maioria das vezes”, declarou Ivone Moura, nesta segunda-feira, 9, em entrevista à CENARIUM.
A dona de casa mora no bairro Educandos com a família, em uma casa de madeira às margens do Rio Negro. Com a cheia deste ano, as águas já estão a menos de dois palmos da residência dela e sem previsões de parar de subir.
Apreensiva, Ivone Moura mostra à CENARIUM a área atrás do imóvel dela onde estão a geladeira, o fogão e o gás de cozinha, sob um vão que segue em direção ao Rio Negro e à vizinhança. O medo é que uma forte chuva atinja a cidade e cause mais transtornos a ela.
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