Em Manaus, ‘Grito dos Excluídos’ pede despoluição de igarapés e punição para golpistas


Por: Jefferson Ramos

06 de setembro de 2025
Em Manaus, ‘Grito dos Excluídos’ pede despoluição de igarapés e punição para golpistas
Movimentos pediram o fim da escala 6x1, a despoluição dos igarapés da cidade, a defesa da soberania nacional (Reprodução)

MANAUS (AM) – No feriado de 5 de Setembro que marca a elevação do Amazonas à categoria de província, a 31ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas mobilizou diversos movimentos sociais pelas ruas do bairro Novo Aleixo, Zona Norte de Manaus, sob lema “A Vida em Primeiro Lugar: Cuidar da Casa Comum e da Democracia é Lutar Todo Dia”.

Movimentos sociais como a pastoral da Aids, da Juventude, e do migrante, além do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), Fórum das Águas e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) pediram o fim da escala 6×1, a despoluição dos igarapés da cidade, a defesa da soberania nacional contra pressões externas e a punição para os envolvidos na tentativa de golpe julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ato foi realizado em Manaus nessa sexta-feira, 5 (Reprodução)

Organizada pela Arquidiocese de Manaus, a passeata foi conduzida por um carro de som em que os membros de movimentos sociais subiram e ecoaram palavras de ordem em prol da cidadania e justiça social. Os participantes conduziram faixas no meio da multidão contra o aumento da idade mínima para aposentadoria no serviço público municipal.

“O prefeito David Almeida quer que os servidores “morram” trabalhando sem se aposentarem! Foram David Almeida e a reforma do Manausprev”, protestou o sindicato.

A Central de Movimentos Populares (CMP) carregou um cartaz contra o movimento do Congresso Nacional para aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos condenados pelo 8 de janeiro.

Familiares de vítimas indígenas e ribeirinhas do massacre do Rio Abacaxis, entre os municípios de Borba (AM) e Nova Olinda do Norte (AM), a1.028 e 135 quilômetros de Manaus, respectivamente, perpetrado em 2020 por agentes de segurança pública estadual, leram um manifesto cobrando mais agilidade da Justiça Federal.

Ato contou com a participação de movimentos sociais em Manaus (Reprodução)

Segundo o manifesto lido pela Comissão Pastoral da Terra, após as denúncias do Ministério Público Federal (MPF) serem aceitas pelo Judiciário, atualmente o processo está parado depois da defesa do ex-secretário de Segurança Pública questionar por meio de um habeas corpus a competência da 2ª Vara da Justiça Federal do Amazonas para julgá-lo.

À CENARIUM, o arcebispo de Manaus e cardeal da Amazônia, dom Leonardo Steiner afirmou que nos 31 anos de existência do grito dos excluídos a sociedade civil organizada conseguiu chamar atenção para decisões equivocadas tomadas pelo Congresso Nacional.

“Às vezes temos a impressão de que não avançamos, mas avançamos porque conseguimos conservar a democracia, conseguimos discutir políticas públicas, conseguimos alertar o Congresso Nacional para diversas atitudes tomadas. Se a sociedade não se move, o Congresso Nacional faz o que quer e acabamos perdendo a democracia. O Grito dos Excluídos é essa possibilidade de estarmos presentes e de mostrarmos o que desejamos para o Brasil. Nós perseveraremos porque somos pessoas de esperança e por isso acreditamos na força do evangelho de transformar e de termos uma sociedade mais justa e fraterna”, declarou Dom Leonardo.

Leia mais: ‘Grito dos Excluídos’ tem baixa participação de público LGBTQIA+ em Manaus
Editado por Jadson Lima

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.