Em reunião com prefeitos dos EUA, Arthur Neto critica Bolsonaro ‘disse que não passava de uma gripezinha chinesa’


27 de maio de 2020
Em reunião com prefeitos dos EUA, Arthur Neto critica Bolsonaro ‘disse que não passava de uma gripezinha chinesa’
Prefeito de Manaus, Arthur Neto, durante reunião virtual com gestores dos EUA e do Brasil (Reprodução)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Durante reunião virtual com governantes locais do Brasil e dos Estados Unidos (EUA), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), citou contradições com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as medidas restritivas de combate à pandemia da Covid-19 no qual chamou de ‘desentrosamento’.

“Para mim, o isolamento social é a principal arma para enfrentar o novo Coronavírus. E aqui, vou citar o caso do meu Estado e da minha cidade (Manaus): nós tivemos uma contradição muito grande, havia um desejo do governador e meu de nós fazermos o isolamento social, e uma pregação incessante do presidente da República contra o isolamento social, dizendo que não passava de uma gripe chinesa, algo assim’, disse o prefeito.

Arthur afirmou, na reunião, que a divergência entre Bolsonaro fez com que complicasse ainda mais à luta contra o vírus e que, também, não fez um perfeito isolamento social.

Decisão prematura

Nessa terça-feira, 26, durante pronunciamento à imprensa, o governador Wilson anunciou, oficialmente, que as atividades comerciais, em Manaus, irão voltar gradualmente a partir do dia 1º de junho. A decisão, disse o prefeito da capital amazônica, é prematura. Todavia, ao final da reunião, Arthur considerou que “espera que eu esteja errado e que a decisão do governador seja a certa.

“E agora nós temos uma contradição: o número de mortos (por Covid-19) diminui, que é uma coisa óbvia, mas o número de casos aumenta a cada dia, e o governador propõe a abertura para dia primeiro de junho e eu considero isso prematuro, porque não fizemos uma boa infraestrutura de preparação social para lograrmos esse episódio”, enfatizou.

Interior do Amazonas e perigos a populações tradicionais

Segundo Arthur, se Manaus fosse uma realidade isolada, os casos de Covid-19 estariam controlados. O prefeito pontuou a precariedade do sistema de saúde no interior do Amazonas e voltou a chamar atenção às populações tradicionais que “correm um efetivo perigo”.

“Eu temo que, não só se aprofunde a crise no interior do Estado e nos povos indígenas, como eu temo que em Manaus soframos uma segunda onda, que poderia ser muito mais grave que a primeira”, comentou.

‘Sensação que se tem é uma luta solitária’

Para o prefeito de Manaus, com a briga entre os “poderes”, a sensação é que a luta contra a pandemia está sendo solitária, sem o apoio entre as partes.

“Eu sinto que a sensação que tem é uma luta solitária”, desabafou.

A reunião, promovida pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), para debater ações de enfrentamento ao novo coronavírus e estratégias para amenizar as crises sanitária, financeira e social, reúne o prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende, de Manaus, Arthur Neto, de Miami, Francis X. Suárez, e o vice-prefeito de Segurança Pública de Los Angeles.

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