Empresário de Rondônia é assassinado a tiros em fazenda na Bolívia
Por: Camila Pinheiro
30 de setembro de 2024
PORTO VELHO (RO) – O empresário e pecuarista de Rondônia Pedro André de Souza foi assassinado em sua fazenda nesse sábado, 28, localizada na região de Guayaramerín, província de Beni, na Bolívia. Informações sobre o caso revelam que dois homens armados invadiram o local e dispararam mais de vinte tiros enquanto o empresário dormia. A suspeita é que o crime tenha sido encomendado.
No momento do assassinato, Pedro André estava dormindo no piso inferior da residência de dois andares, construída em uma propriedade rural onde ele cultivava gado. A fazenda fica a menos de 200 quilômetros da cidade brasileira de Costa Marques.
Uma pessoa, ainda não identificada, que estava com o empresário na cama conseguiu sair ilesa após cair ao chão do quarto. Mesmo ferido, Pedro tentou se levantar e dirigiu-se ao banheiro, onde morreu. Os assassinos fugiram do local de motocicleta e cortaram os cabos do sistema de comunicação via satélite da fazenda, dificultando a comunicação de quem estava na propriedade.

O corpo de Pedro André será velado e sepultado em Ji-Paraná. Apesar de seu vínculo com o município da região central de Rondônia, onde teve grande influência empresarial e política, ele vivia em Vilhena (RO), distante 604 quilômetros de Porto Velho, onde se consolidou como um dos maiores pecuaristas da região.
Possíveis motivações
Pessoas próximas ao empresário informaram que o crime teria sido motivado por um desentendimento entre ele e um funcionário da fazenda na Bolívia. Outra hipótese seria uma ação milionária vencida por Pedro na justiça.
Ele entrou com uma ação judicial para receber uma dívida, motivo pelo qual uma fazenda de cerca de R$ 60 milhões foi penhorada para sanar o débito. O empresário teria dito a amigos que pretendia deixar o País, pois estaria “jurado de morte”.
Trajetória de Vida
Pedro André de Souza chegou a Rondônia ainda criança, acompanhado pelos pais. Iniciou sua vida profissional como engraxate e, ainda na adolescência, conseguiu um trabalho como entregador do jornal A Palavra, dirigido por Dionísio Xavier Silveira, conhecido como “velho Dió”. Foi ali que Pedro André começou a se interessar pelo ramo gráfico, e sua trajetória no setor de comunicação se desenvolveu rapidamente.
Na década de 1980, ele fundou sua própria empresa gráfica e, anos depois, ampliou seus negócios, montando a empresa de terraplenagem Guiso. Em 1999, Pedro fundou o jornal Folha de Rondônia, que se tornou um dos maiores impressos do estado na época, com ampla circulação e estrutura editorial. Ele também foi eleito vereador em Ji-Paraná no início dos anos 2000, mas decidiu renunciar ao cargo antes de completar um ano de mandato, optando por concentrar-se em seus empreendimentos.
Após se mudar para Vilhena, Pedro André destacou-se ainda mais no setor da construção civil, sendo responsável pelo primeiro condomínio fechado no Cone Sul de Rondônia. Além disso, expandiu sua atuação na pecuária, consolidando-se como um dos maiores produtores da região. Sua trajetória empresarial e política foi marcada por dedicação e sucesso, até sua trágica morte, que chocou tanto o Brasil quanto a Bolívia.