Entidades pressionam COI por suspeitas de doping de fenômeno da patinação russa de apenas 15 anos

Kamila Valieva, estrela da patinação artística da Rússia, teria testado positivo para substância proibida (Foto: TOBY MELVILLE / REUTERS)

Com informações do O Globo

PEQUIM — Um possível caso de doping voltou a assombrar o esporte russo durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim (China). Fenômeno da patinação artística, Kamila Valieva, de apenas 15 anos, teria testado positivo para Trimetazidina, substância ligada ao tratamento de dores no peito e que mexe com a eficiência metabólica do coração, banida desde 2014 pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

O Comitê Olímpico Internacional (COI) não confirma o caso, mas suspendeu a cerimônia de premiação por equipes da modalidade, que ocorreria na quarta-feira, 9, alegando “questões legais”. A Rússia foi medalha de ouro, com atuação histórica de Valieva.

A patinadora acertou o primeiro salto quádruplo da história dos Jogos Olímpicos e terminou em primeiro no programa curto e na patinação livre. Valieva é multicampeã no cenário nacional, dominando praticamente todas as competições que disputou no passado recente.

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Segundo a agência de notícias “Associated Press”, o teste teria sido realizado em dezembro, antes da atleta competir na Campeonato Europeu da modalidade, na Estônia. Como Valieva é menor de 16 anos, há a possibilidade de que ela receba uma punição mais branda, caso o doping seja provado. Legalmente, o caso deve ser mantido sob sigilo.

Valieva teria testado positivo para Trimetazidina Foto: ALEKSANDRA SZMIGIEL / REUTERS
Valieva teria testado positivo para Trimetazidina (Foto: ALEKSANDRA SZMIGIEL / REUTERS)

O assunto ganhou ainda mais repercussão por conta do passado problemático da Rússia envolvendo doping. O país vem competindo sem bandeira e sob a sigla ROC (Comitê Olímpico Russo) desde os Jogos de Verão, em Tóquio, como parte da punição pelo grande esquema de doping descoberto no esporte olímpico do país em 2016.

A patinadora participaria da competição individual a partir da próxima terça-feira, 15, mas a situação agora está indefinida. Presidente do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos, que terminou com a prata na competição por equipes, Susanne Lyons falou sobre o assunto ao site “Yahoo”.

“A credibilidade do movimento olímpico e paralímpico se apoia em nós quando dizemos que acreditamos e vivemos os valores pelos quais lutamos. É importante que os atletas do mundo sustentem esses valores, e um dos principais deles é a integridade do esporte. É terrível que os atletas tenham que lidar novamente com essa ferida potencialmente reaberta.

O governo russo diz que aguarda explicações do COI e das autoridades do esporte do país. Já o próprio COI pede paciência.

“Podem apostar que estamos fazendo tudo para que a situação seja resolvida o mais rápido possível. Não posso dar mais detalhes, mas faremos o que for possível”, garantiu Mark Adams, porta-voz da entidade, a jornalistas em Pequim.

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