Especialistas avaliam recuperação de áreas em desmatamento recorde na floresta amazônica


09 de janeiro de 2021
Especialistas avaliam recuperação de áreas em desmatamento recorde na floresta amazônica
Desmatamento na Amazônia (Felipe Werneck/Reprodução)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Especialistas consultados pela REVISTA CENARIUM avaliaram neste sábado, 9, a possibilidade de recuperação dos 8.426 quilômetros quadrados desmatados em dezembro de 2020. O índice, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), bateu recorde e se tornou o segundo pior desde 2015, alcançando ainda um crescimento de 14% em relação a 2019.

Para o biólogo e coordenador do Programa de pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rogério Fonseca, as técnicas de recuperação de áreas degradadas são um ramo das ciências agrárias ao qual é dedicado esforços humanos, materiais e ecossistêmicos.

“Fazemos isso para reestabelecer as condições anteriores aos impactos ambientais gerados em um ecossistema. Toda e qualquer área pode ser passível de recuperação. No entanto, quando colocamos os custos financeiros e ambientais na mesma equação, boa parte das pessoas optam em nada fazer”, destaca o biólogo.

Medidas

Fonseca ressalta que a omissão é um erro grotesco, pois as perdas da função de um ecossistema degradado podem ser freados ou ainda potencializados. “Sendo assim após qualquer degradação devemos sim empenhar medidas corretivas para “frear” o avanço, especialmente de erosão”, ressalta.

Segundo o biólogo, José Narbaes, a natureza se regenera com o tempo e por meio de diversas técnicas de plantio de sementes que já existem na natureza. “Outra medida é por meio do reflorestamento que deve ser realizado, preferencialmente, com espécies nativas da região”, reforçou Narbaes.

De acordo com o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, os números são reflexos das políticas de destruição ambiental do atual governo. “Bolsonaro tem dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorrem na gestão dele”, disse o secretário em entrevista ao portal G1.

Mais dados

O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, mostrou por meio de um alerta, qual sinais de alteração na cobertura florestal são mais perceptíveis. O sistema mostra ainda o processo de degradação florestal, como exploração de madeiras, mineração, entre outros crimes.

O biólogo Rogério Fonseca alerta que o Brasil também é um País pioneiro na proteção, conservação e manejo do solo. “Nossa agricultura é focada em produtividade de alto rendimento e precisão, mesmo a agricultura familiar ela sempre é realizada com as melhores práticas de medidas de desmatamento evitado”, destaca.

“Hoje o que os outros países do mundo poderiam fazer para evitar o desmatamento é deixar de comprar a madeira oriunda de condutas criminosas. E nossa Polícia Federal assim como alguns (diga-se de passagem poucos) órgãos de meio ambiente colaborarão diretamente neste rastreamento da madeira”, finaliza o profissional da Ufam.

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.