Especialistas em Amazônia avaliam nome de Rodrigo Pacheco em reeleição ao Senado


31 de janeiro de 2023
Especialistas em Amazônia avaliam nome de Rodrigo Pacheco em reeleição ao Senado
Rodrigo Pacheco é apontado como a melhor alternativa política para a condução de uma agenda positiva ao meio ambiente brasileiro (Thiago Alencar/CENARIUM)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A eleição para a presidência do Senado da República, que acontece neste dia 1° de fevereiro, durante a abertura da 3ª Sessão da 57ª Legislatura do Congresso Nacional, é acompanhada por especialistas da Amazônia que analisam o que significa a possível reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e as consequências para a agenda do maior bioma do Brasil.

A professora doutora Marilene Corrêa, que fez parte do Grupo de Trabalho (GT) do Meio Ambiente, durante a transição para o Governo Lula, fez uma análise para a REVISTA CENARIUM. De acordo com Marilene Corrêa, Rodrigo Pacheco é o que melhor transita entre as pautas necessárias para destravar as agendas ambientais brasileiras e, em especial, as amazônicas.

Marilene Corrêa acredita que Rodrigo Pacheco é a melhor opção por ser um político que garante a democracia e uma possível agenda para o meio ambiente (Thiago Alencar/CENARIUM)

“O senador Rodrigo Pacheco, se reeleito, é quem pode fazer uma gestão equilibrada, sem oscilações no processo democrático, com respeito aos demais poderes e as agendas ambientais que podem ser destravadas por ele, já que o Senado é a força necessária para uma boa gestão do Governo Lula”, analisou.

Amazonas e Amazônia

Além das pautas que podem, segundo Marilene, transcorrer com maior fluidez no campo institucional entre os poderes, Rodrigo Pacheco pode conduzir com “habilidade” pautas de interesse do Amazonas e da Amazônia. “Teremos uma reforma tributária em que os dispositivos que protegem a Zona Franca de Manaus (ZFM) precisam estar resguardados pela Constituição, e acredito que isso, Pacheco pautará com respeito às leis e garantias do nosso Polo Industrial”, avaliou.

Já o ambientalista e agrimensor Ricardo Ninuma aponta um outro viés. “Não acredito que o senador Rodrigo Pacheco possa ajudar a Amazônia, pautando projetos de preservação, mas, sim, de sustentabilidade que abrangem o País, aprovando projetos para reduzir impacto ambiental, como, por exemplo, tornar os meios de transportes menos poluentes, sistema produtivo menos agressivos ao meio ambiente e despoluição dos cursos de águas”, comentou.

Ricardo Ninuma acredita que Pacheco será um fiador do que pode gerar lucro com o meio ambiente, não necessariamente um agente que vai lutar por preservação (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Visão econômica

Para Ninuma, a visão de Rodrigo Pacheco é mais econômica do que ambiental. “O senador Rodrigo Pacheco, na gestão anterior (presidente Bolsonaro) mostrou ser favorável a um desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade (explorar os recursos naturais sem comprometer o futuro do meio ambiente, adotando medidas de comportamentos quanto à reutilização, reciclagem e redução de fatores que causam impacto ambiental), mas sempre focado no crescimento da economia“, destacou.

O ambientalista avalia que Pacheco terá uma agenda mais conservadora. “Não vejo que, se eleito, seja um aliado às pautas relacionadas à preservação do meio ambiente, principalmente, para a Região Amazônica. Tenho um sentimento de que os políticos confundem sustentabilidade ambiental com preservação ambiental. Politicamente, sustentabilidade gera mais credibilidade do que preservação”, declarou. “Políticos não adentram a floresta por amor, por acreditar no bem-estar dos ribeirinhos, por respeitar a Flora e a Fauna…“, criticou Ricardo Ninuma.

A eleição

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) enfrenta Rogério Marinho (PL-RN), candidato apontado como representante do bolsonarismo na Câmara alta brasileira. Marinho simboliza os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), onde inúmeras controvérsias marcaram a pasta do Meio Ambiente.

O Ministério, que teve à frente o também controverso ministro Ricardo Salles, se notabilizou pela recusa e congelamento do Fundo Amazônia, o desmonte de órgãos ambientais como Ibama e ICMBio, a desestruturação de instituições humanas fundamentais, como a Funai, e pela frase que viralizou nos noticiários: “É hora de passar a boiada“.

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