Especialistas em Amazônia avaliam nome de Rodrigo Pacheco em reeleição ao Senado

Rodrigo Pacheco é apontado como a melhor alternativa política para a condução de uma agenda positiva ao meio ambiente brasileiro (Thiago Alencar/CENARIUM)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A eleição para a presidência do Senado da República, que acontece neste dia 1° de fevereiro, durante a abertura da 3ª Sessão da 57ª Legislatura do Congresso Nacional, é acompanhada por especialistas da Amazônia que analisam o que significa a possível reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e as consequências para a agenda do maior bioma do Brasil.

A professora doutora Marilene Corrêa, que fez parte do Grupo de Trabalho (GT) do Meio Ambiente, durante a transição para o Governo Lula, fez uma análise para a REVISTA CENARIUM. De acordo com Marilene Corrêa, Rodrigo Pacheco é o que melhor transita entre as pautas necessárias para destravar as agendas ambientais brasileiras e, em especial, as amazônicas.

Marilene Corrêa acredita que Rodrigo Pacheco é a melhor opção por ser um político que garante a democracia e uma possível agenda para o meio ambiente (Thiago Alencar/CENARIUM)

“O senador Rodrigo Pacheco, se reeleito, é quem pode fazer uma gestão equilibrada, sem oscilações no processo democrático, com respeito aos demais poderes e as agendas ambientais que podem ser destravadas por ele, já que o Senado é a força necessária para uma boa gestão do Governo Lula”, analisou.

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Amazonas e Amazônia

Além das pautas que podem, segundo Marilene, transcorrer com maior fluidez no campo institucional entre os poderes, Rodrigo Pacheco pode conduzir com “habilidade” pautas de interesse do Amazonas e da Amazônia. “Teremos uma reforma tributária em que os dispositivos que protegem a Zona Franca de Manaus (ZFM) precisam estar resguardados pela Constituição, e acredito que isso, Pacheco pautará com respeito às leis e garantias do nosso Polo Industrial”, avaliou.

Já o ambientalista e agrimensor Ricardo Ninuma aponta um outro viés. “Não acredito que o senador Rodrigo Pacheco possa ajudar a Amazônia, pautando projetos de preservação, mas, sim, de sustentabilidade que abrangem o País, aprovando projetos para reduzir impacto ambiental, como, por exemplo, tornar os meios de transportes menos poluentes, sistema produtivo menos agressivos ao meio ambiente e despoluição dos cursos de águas”, comentou.

Ricardo Ninuma acredita que Pacheco será um fiador do que pode gerar lucro com o meio ambiente, não necessariamente um agente que vai lutar por preservação (Reprodução/Arquivo Pessoal)

Visão econômica

Para Ninuma, a visão de Rodrigo Pacheco é mais econômica do que ambiental. “O senador Rodrigo Pacheco, na gestão anterior (presidente Bolsonaro) mostrou ser favorável a um desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade (explorar os recursos naturais sem comprometer o futuro do meio ambiente, adotando medidas de comportamentos quanto à reutilização, reciclagem e redução de fatores que causam impacto ambiental), mas sempre focado no crescimento da economia“, destacou.

O ambientalista avalia que Pacheco terá uma agenda mais conservadora. “Não vejo que, se eleito, seja um aliado às pautas relacionadas à preservação do meio ambiente, principalmente, para a Região Amazônica. Tenho um sentimento de que os políticos confundem sustentabilidade ambiental com preservação ambiental. Politicamente, sustentabilidade gera mais credibilidade do que preservação”, declarou. “Políticos não adentram a floresta por amor, por acreditar no bem-estar dos ribeirinhos, por respeitar a Flora e a Fauna…“, criticou Ricardo Ninuma.

A eleição

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) enfrenta Rogério Marinho (PL-RN), candidato apontado como representante do bolsonarismo na Câmara alta brasileira. Marinho simboliza os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), onde inúmeras controvérsias marcaram a pasta do Meio Ambiente.

O Ministério, que teve à frente o também controverso ministro Ricardo Salles, se notabilizou pela recusa e congelamento do Fundo Amazônia, o desmonte de órgãos ambientais como Ibama e ICMBio, a desestruturação de instituições humanas fundamentais, como a Funai, e pela frase que viralizou nos noticiários: “É hora de passar a boiada“.

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