Esquema de créditos de carbono buscou grilar 3,5 milhões de hectares na Amazônia, diz Polícia Federal
22 de junho de 2024

Da Cenarium*
MANAUS (AM) – O suposto esquema de geração de créditos de carbono em áreas griladas na Amazônia, investigado pela Polícia Federal (PF), foi além dos três projetos operantes no mercado e tentou emplacar novas iniciativas de constituição desses créditos.
A investigação cita nominalmente mais dois projetos em andamento e lista seis cidades ao Sul do Amazonas onde os suspeitos do esquema pretendiam ampliar a geração e oferta de créditos de carbono, usando áreas públicas, conforme a PF.
O grupo tinha como objetivo alcançar 3,5 milhões de hectares de áreas griladas, segundo a PF, o que supera, por exemplo, a área do estado de Alagoas.

A polícia afirmou que o grupo investigado pretendia ainda instalar e operar pelo menos cinco PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) em rios das propriedades griladas na Amazônia. Para isso, os empresários buscaram obter as licenças junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“As PCHs já contam com autorização de captura, coleta e transporte de material biológico, emitida em 01/2022, aproximando-se a fase de emissão da licença prévia”, cita um relatório da PF.
O Ibama afirma que os processos foram abertos, mas o empreendedor ainda não apresentou os estudos. As autorizações foram emitidas apenas para coletas de dados que referenciam esses estudos, e nenhuma licença ambiental foi concedida, segundo o órgão.
No último dia 5, policiais federais deflagraram a operação Greenwashing e prenderam preventivamente três empresários —Ricardo Stoppe Júnior, Elcio Aparecido Moço e José Luiz Capelasso— e outras duas pessoas —Ricardo Villares Stoppe, filho de Júnior, e Poliana Capelasso, filha de José Luiz. Eles são suspeitos de integrarem uma organização criminosa.
O grupo Ituxi, com atuação em Lábrea, no sul do Amazonas, é o principal investigado no inquérito da PF em Rondônia. Um dos donos do grupo, Stoppe Júnior é apontado nas investigações como principal liderança da suposta organização criminosa. A defesa do grupo Ituxi afirmou que só se manifestará quando tiver acesso à íntegra das investigações.
Três projetos de geração e venda de créditos de carbono estão no cerne das investigações: Fortaleza Ituxi, Unitor e Evergreen. O grupo Ituxi desenvolveu esses projetos em parceria com a empresa Carbonext, que se apresenta como a maior geradora de créditos de carbono no país a partir da proteção da amazônia.
Leia a reportagem na íntegra neste link.
(*) Com informações da Folhapress