Estados da Amazônia Legal querem que países desenvolvidos paguem pela proteção da floresta


13 de abril de 2021
Estados da Amazônia Legal querem que países desenvolvidos paguem pela proteção da floresta
Os recursos devem ser utilizados, entre outras finalidades, para custear o emprego da Força Nacional nas ações de combate ao desmatamento -proposta criticada por ambientalistas (Jorge William/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – Governadores dos nove Estados da Amazônia Legal querem que o mundo desenvolvido pague pelos serviços ambientais prestados pela região, para que os povos ribeirinhos, quilombolas e indígenas se beneficiem economicamente dos recursos que serão destinados à proteção da floresta.

A mensagem será transmitida pelos mandatários em reunião, nesta quarta-feira, com os embaixadores dos Estados Unidos (Todd Chapman), Alemanha (Heiko Toms), Reino Unido (Peter Wilson) e  Noruega (Nils Gunneng). De olho na reunião de chefes de Estado convocada pelo presidente americano Joe Biden para o próximo dia 22, chamada de Cúpula do Clima, Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins querem aproveitar o momento para pedir recursos para a região.

Em outra frente, governadores de todos os Estados brasileiros articulam uma carta, a ser enviada a Biden, em que dizem estar preparados para colaborar com os EUA para a preservação do meio ambiente no Brasil.

Segundo o governador maranhense Flavio Dino, até hoje o governo federal não chamou os Estados para falar sobre o aquecimento global. Dino é porta-voz dos governos amazônicos.

“O governo federal nunca chamou os Estados para conversar sobre clima e meio ambiente. Queremos mostrar que o Brasil é muito mais amplo do que se pode imaginar”, disse ao Globo o porta-voz dos Estados amazônicos, Flávio Dino, governador do Maranhão.

Ele explicou que a visão que une os Estados é que o Brasil tem um papel imprescindível para a segurança climática. Por isso, a soberania nacional não deve ser usada como impeditivo para a proteção da Floresta Amazônica.

“Os povos precisam de oportunidades de trabalho e renda. A Amazônia deve contribuir para a redução dos gases de efeito estufa, mas as pessoas precisam comer e ter acesso à infraestrutura e à internet”, disse o governador.

As discussões com os diplomatas estrangeiros — que na última sexta-feira se reuniram com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, mas o teor do encontro não foi divulgado — terão como base o Plano de Recuperação Verde (PRV).  Trata-se de um conjunto de medidas para alavancar o desenvolvimento econômico sustentável na região.

Para tirar as medidas do papel, os Estados têm de buscar a ampliação de recursos nacionais e estrangeiros voltados aos chamados negócios e iniciativas verdes, como turismo e bionegócios. Essas rodadas de captação de dinheiro passam pelos EUA, pela Europa, pelo setor privado brasileiro e pelo Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que pode ser feito tanto em dinheiro, como em prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas e outros meios.

Em outra frente, o Fórum Nacional de Governadores articula o envio de uma carta, no início da próxima semana, ao governo americano. Pelo rascunho do documento, os Estados querem evitar que a temperatura global suba além de 1,5°C, até o fim do século e se dispõem a discutir a ampliação de terras protegidas não apenas na Amazônia, também em biomas de grande capacidade de captura de carbono, como o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal.

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