Estados no Norte tiveram maior queda no IDHM na pandemia; saiba quais são

Moradores da Comunidade Nações Indígenas, em Manaus (23.mai.22 - Ricardo Oliveira)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Os Estados de Roraima e Amapá, na Região Norte, estão entre os que registraram maior queda percentual do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 2019 a 2020, indicou relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado nesta terça-feira, 28. Além dos dois, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal também tiveram reduções consideráveis.

O IDHM é um índice que possui um intervalo entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, melhores são os indicadores de educação, renda e longevidade. O índice foi lançado em 1998, a partir de uma adaptação da metodologia do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado em 1990. O Pnud é formulador do índice que estima o desenvolvimento humano a partir de indicadores de educação, renda e longevidade.

A variação dos dois Estados nortistas foi de -6,7 e -6,6, respectivamente, nos três anos. Veja lista abaixo:

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Brasil

Segundo o relatório, todos os Estados brasileiros tiveram queda no IDHM durante a pandemia, porém alguns conseguiram minimizar os impactos, mesmo sem grandes recursos financeiros. Estados que adotaram políticas públicas eficazes para lidar com a crise da Covid-19 tiveram um desempenho melhor.

O IDHM do Brasil caiu 2,4% no período de 2019 a 2021, interrompendo uma tendência de alta e retornando ao mesmo patamar de 2015. Neste período, a esperança de vida regrediu para 74,16 anos, a frequência escolar caiu para 98,84% e a renda domiciliar per capita chegou a R$ 723,84.

Os avanços do IDHM até 2019 foram puxados pelos indicadores de educação e longevidade. Por outro lado, eram registradas perdas nos indicadores de renda desde 2014, com um breve período de recuperação em 2018 e 2019.

Na avaliação do Pnud, a crise da Covid-19 nos anos de 2020 e 2021 demanda uma leitura cuidadosa no caso brasileiro. Isso porque ela impacta os resultados de forma abrupta e transitória, caso da longevidade, e acentua crises estruturais em curso, caso da renda.

O impacto da pandemia na longevidade, por exemplo, é considerado pontual. A expectativa do Pnud é que os retrocessos sejam revertidos a partir de 2022, considerando o mapa de vacinação nacional e a ação do Sistema Único de Saúde (SUS) nos Estados.

O impacto dos programas Auxílio Emergencial e Auxílio Brasil, em 2020-2021, foi destacado com um fator que arrefeceu a queda na renda neste período, tendo sido decisiva para a recomposição de renda das famílias mais pobres nos estados com o IDHM mais baixo.

(*) Com informações da Folhapress e Pnud
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