Estudantes surdos da rede estadual têm sessão de filmes produzidos em Libras


07 de dezembro de 2021
Estudantes surdos da rede estadual têm sessão de filmes produzidos em Libras
Alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro puderam acompanhar os episódios que mostram a cultura e as belezas do Estado. (Divulgação)

Com informações da assessoria

MANAUS – O curta-metragem “Amazonas em Libras”, produzido com a proposta de utilizar de forma integral a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como principal meio de comunicação, foi apresentado aos alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro, nessa segunda-feira, 6. A unidade é voltada a estudantes surdos.

O projeto audiovisual retrata a cultura amazônica por meio de pontos turísticos, culinária e expressões populares e visa a dar protagonismo à linguagem de sinais, buscando a autonomia e a interatividade da comunidade surda.

Mesmo com legenda e narração em português para que o público ouvinte acompanhe a programação, a websérie foi apresentada em Libras, a fim de dar foco à linguagem de sinais.

O estudante Gabriel Braga falou sobre a importância de ter acesso a conteúdos como esse: “Nunca fui nesses lugares, quero aprender e visitar um desses locais, como o Teatro, que não tinha informações sobre valores e horários”, disse.

O audiovisual conta com quatro episódios: Roteiro Gastronômico (Mercado Municipal, Feira da Manaus Moderna e Culinária típica); Patrimônio Cultural (Teatro Amazonas, Centro Histórico e Folclore); Roteiro Turístico, Praias e Flutuantes, e Roteiro Turístico (Musa e Presidente Figueiredo).

“Pela primeira vez, o documentário é sobre o Amazonas e tem muitos locais que eu não conheço, como a praia da Ponta Negra, que nunca cheguei a frequentar. Além disso, eu gostei muito da parte das comidas típicas, então o documentário foi muito acessível”, explicou o aluno Flávio Ferreira.

Inclusão

A jornalista Natália Lucas, idealizadora do projeto, explica que a comunidade surda, diante da cultura ouvinte, está sempre representada em segundo plano, e o curta-metragem vem para dar visibilidade à linguagem de sinais.

“Hoje mesmo, após a exibição, nós pudemos perceber que havia alguns sinais que os alunos desconheciam, exatamente pela baixa acessibilidade e, por isso mesmo, contemplando o público ouvinte. O foco principal é voltado ao surdo, que hoje não tem acesso a esse filtro”, explicou a jornalista.

O diretor da websérie e ex-aluno da Escola Estadual Augusto Carneiro, Ednilton Barreto, contou que buscou priorizar a comunidade surda durante todo o processo de filmagem do curta.

“Nós tivemos o meu apoio, com toda a minha visão. Adaptamos a comunicação para a Língua de Sinais, porque eu sei que o texto em português é diferente de algumas definições da linguagem de sinais, ou seja, nós tivemos todo um trabalho de tradução e interpretação para adequar os termos da Língua Portuguesa para a Língua de Sinais”, explanou.

A exibição do filme teve, ainda, o apoio do tradutor Andrei Severiano, que ficou responsável por mediar a comunicação dos ouvintes com os alunos surdos.

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