Estudantes surdos da rede estadual têm sessão de filmes produzidos em Libras

Alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro puderam acompanhar os episódios que mostram a cultura e as belezas do Estado. (Divulgação)

Com informações da assessoria

MANAUS – O curta-metragem “Amazonas em Libras”, produzido com a proposta de utilizar de forma integral a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como principal meio de comunicação, foi apresentado aos alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro, nessa segunda-feira, 6. A unidade é voltada a estudantes surdos.

O projeto audiovisual retrata a cultura amazônica por meio de pontos turísticos, culinária e expressões populares e visa a dar protagonismo à linguagem de sinais, buscando a autonomia e a interatividade da comunidade surda.

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Mesmo com legenda e narração em português para que o público ouvinte acompanhe a programação, a websérie foi apresentada em Libras, a fim de dar foco à linguagem de sinais.

O estudante Gabriel Braga falou sobre a importância de ter acesso a conteúdos como esse: “Nunca fui nesses lugares, quero aprender e visitar um desses locais, como o Teatro, que não tinha informações sobre valores e horários”, disse.

O audiovisual conta com quatro episódios: Roteiro Gastronômico (Mercado Municipal, Feira da Manaus Moderna e Culinária típica); Patrimônio Cultural (Teatro Amazonas, Centro Histórico e Folclore); Roteiro Turístico, Praias e Flutuantes, e Roteiro Turístico (Musa e Presidente Figueiredo).

“Pela primeira vez, o documentário é sobre o Amazonas e tem muitos locais que eu não conheço, como a praia da Ponta Negra, que nunca cheguei a frequentar. Além disso, eu gostei muito da parte das comidas típicas, então o documentário foi muito acessível”, explicou o aluno Flávio Ferreira.

Inclusão

A jornalista Natália Lucas, idealizadora do projeto, explica que a comunidade surda, diante da cultura ouvinte, está sempre representada em segundo plano, e o curta-metragem vem para dar visibilidade à linguagem de sinais.

“Hoje mesmo, após a exibição, nós pudemos perceber que havia alguns sinais que os alunos desconheciam, exatamente pela baixa acessibilidade e, por isso mesmo, contemplando o público ouvinte. O foco principal é voltado ao surdo, que hoje não tem acesso a esse filtro”, explicou a jornalista.

O diretor da websérie e ex-aluno da Escola Estadual Augusto Carneiro, Ednilton Barreto, contou que buscou priorizar a comunidade surda durante todo o processo de filmagem do curta.

“Nós tivemos o meu apoio, com toda a minha visão. Adaptamos a comunicação para a Língua de Sinais, porque eu sei que o texto em português é diferente de algumas definições da linguagem de sinais, ou seja, nós tivemos todo um trabalho de tradução e interpretação para adequar os termos da Língua Portuguesa para a Língua de Sinais”, explanou.

A exibição do filme teve, ainda, o apoio do tradutor Andrei Severiano, que ficou responsável por mediar a comunicação dos ouvintes com os alunos surdos.

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