Início » +Ciência » Estudo mostra que alimentos ricos em açúcar e gordura viciam o cérebro
Estudo mostra que alimentos ricos em açúcar e gordura viciam o cérebro
Estudo mostra que alimentos ricos em açúcar e gordura viciam o cérebro - Adobe Stock
Compartilhe:
03 de abril de 2023
Da Revista Cenarium*
MANAUS – Comer açúcar ou gordura em excesso altera os circuitos da recompensa no cérebro e cria uma preferência por esses sabores, segundo um estudo inédito feito na Universidade Yale, nos Estados Unidos, e no Max Planck Institute for Metabolism Research, na Alemanha.
Ao longo de oito semanas, os autores acompanharam dois grupos de voluntários saudáveis e com peso ideal. Além dos alimentos inclusos na sua dieta diária, um grupo ingeriu também iogurtes ricos em açúcar e gordura duas vezes por dia enquanto o outro consumiu apenas iogurtes magros. Ao fim do período, aqueles que comeram versões mais calóricas não conseguiram apreciar alimentos com menor teor de açúcar e gordura.
Depois, os pesquisadores fizeram outro teste: todos os voluntários passaram por exames de ressonância magnética enquanto bebiam milkshakes. O exame mostrou que aqueles que beberam iogurtes mais calóricos tiveram atividade cerebral que ativa o sistema de dopamina, que dá a sensação de recompensa.
Segundo os autores, o estudo mostra como a comida pode mudar nosso comportamento em pouco tempo, mesmo sem ganho de peso ou impactos imediatos na saúde. E isso pode aumentar o risco de comer em excesso, levando à obesidade.
“O ser humano tem essa preferência por esses alimentos por uma questão evolutiva, da época em que precisava estocar gordura e energia”, afirma a nutricionista Paula Victória Félix, doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).
“O problema é que hoje não precisamos tanta quantidade deles e estamos cada vez mais expostos, o que acaba levando a comer em excesso.”
A boa notícia é que é possível reeducar o paladar, habituando-se a ingerir porções cada vez menores desses ingredientes e optando por uma alimentação mais saudável.
“Nas crianças é ainda mais fácil: se ela nunca foi exposta, vai precisar de menos açúcar para se satisfazer. Nosso paladar é moldável”, diz a nutricionista. Por isso, a recomendação é que os pequenos não tenham contato com doces antes dos dois anos de idade.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.