Ex-vereador de Manaus comandava organização que sonegou R$ 90 milhões

Empresário e ex-vereador de Manaus, Ronaldo Tabosa (Reprodução)
Yana Lima – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O empresário e ex-vereador de Manaus, Ronaldo Tabosa é alvo de operação Tesouro Oculto da Polícia Federal do Amazonas, nesta quarta-feira, 4, por comandar esquema criminoso que sonegou quase R$ 90 milhões em impostos e por enriquecimento ilícito.

Segundo a PF, o esquema também envolve a família do ex-vereador. As investigações apontam que a organização criminosa praticou crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, fraude à execução e uso de documento falso, crimes cometidos para enriquecimento ilícito.

O chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, Pablo Michel, explicou que a forma de atuação da organização criminosa é complexa, o que dificultou as investigações. Segundo ele, o líder criava empresas fraudulentas, muitas delas registradas em nome de “laranjas” (sem conhecimento de sua participação no esquema), e “testas de ferro” (que estavam cientes de seu envolvimento nas atividades ilegais). “Pelo menos 35 empresas foram constituídas, visando dificultar a fiscalização. Esta organização criminosa já atua há décadas em Manaus”, disse o delegado.

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Detalhes foram repassados durante coletiva de imprensa na sede da PF (Yana Lima/Revista Cenarium)

O delegado regional de Polícia Judiciária, Sávio Pinzon, acrescentou que o nome da operação faz referência a uma empresa de entretenimento, cuja propriedade é atribuída ao investigado. Ele destacou que o pontapé para as investigações se originaram na Receita Federal, que detectou impostos sonegados. “É uma investigação sigilosa, que tem por objetivo detectar patrimônio oculto. Os mandados de busca têm por objetivo arrecadar documentos comprobatórios que estão no inquérito”, pontua.

A ação conjunta mobilizou 100 policiais federais, que trabalham no cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão em Manaus e Borba. A PF não detalhou o motivo da ida ao município. A justiça concedeu o sequestro e a indisponibilidade de bens móveis e imóveis, visando quitar a dívida de R$ 87 milhões perante a Fazenda Nacional.

Planos de saúde

A investigação, que teve início em 2019, revelou que a atuação da organização criminosa inclui a operação ilegal de planos de saúde sem registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sonegando créditos fiscais, fraudando direitos trabalhistas, frustrando credores e lavando ativos ilícitos obtidos por meio dessas atividades.

As empresas eram criadas de fato, com CNPJ constituído, com o intuito de darem continuidade a atividade ilegal de venda de planos de saúde sem registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de sonegar créditos fiscais, frustrar direitos trabalhistas, fraudar credores e lavar os ativos ilícitos obtidos por meio.

A Operação Tesouro Oculto ainda está em curso, sob sigilo. Não foram fornecidos detalhes sobre o número de prisões efetuadas até o momento.

Leia também: PF deflagra operação contra venda ilegal de planos de saúde no Amazonas

Editado por Eduardo Figueiredo

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