Família acusa maior hospital de RR de operar perna errada de paciente

Winicyus Gonçalves – Da Revista Cenarium Amazônia

BOA VISTA (RR) – A família do vigilante Sebastião César Monteiro dos Santos, de 49 anos, acusa a equipe médica do Hospital Geral de Roraima (HGR) de ter feito cirurgia em uma perna dele que não precisava de procedimento. O vigilante está internado no maior hospital de Roraima desde o início desta semana. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) nega o erro. (Veja a nota na íntegra ao fim da matéria).

Sebastião deu entrada no HGR na última segunda-feira, 2, após ser atingido por um carro na rua Horácio Mardel de Magalhães, no bairro Asa Branca, Zona Oeste de Boa Vista. Com o impacto da batida, a perna direita de Sebastião teve fraturas em três partes e a bacia ficou deslocada. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao HGR.

O paciente passou por uma cirurgia na perna direita ainda na segunda-feira. No dia seguinte, ele foi internado em um hospital particular de Boa Vista e depois retornou ao HGR. Na quarta-feira, 4, o paciente disse aos familiares que a equipe médica fez o procedimento e colocaram os pinos no joelho esquerdo.

“Voltei para o hospital na quarta de manhã, junto com o meu filho. Quando chegamos, ele mesmo [Sebastião] disse o que tinha acontecido. Disse que o médico plantonista tinha ido lá e visto que operaram o joelho dele esquerdo, que não tinha nada”, afirmou a esposa, que não quis se identificar, acrescentando que “não era para ter operado essa perna [esquerda], a única parte que tava boa nele, tinha só uns arranhões, disse a esposa de Sebastião, que não quis se identificar.

A família conta ainda que, ao perceber o erro médico, a equipe fez os procedimentos para retirar os parafusos ainda no isolamento, pois estava próximo do horário da visitação. Ele contou que entrou na sala de cirurgia com a perna direita, sem nenhuma faixa, e saiu com ela enfaixada e com curativos, e que um médico plantonista foi quem notou que a perna esquerda não deveria ter passado por cirurgia.

“Ele [médico plantonista] foi fazer a visita de rotina, deve ter visto os exames de rotina dele, viu aquela cirurgia no joelho esquerdo e ficou desesperado. Ele saiu correndo, chamou outra equipe, já veio anestesista e todas as ferramentas e lá mesmo, no isolamento, tiraram os ferros e tudo do joelho, quando viram que estava errado e não era para ter operado essa perna [esquerda]”, complementou a esposa.

No dia seguinte, a esposa e o filho de Sebastião foram avisados do erro por um médico, uma assistente social e uma psicóloga. “O médico e o assistente social fazendo o possível para abafar o caso. Não nos deram acesso ao prontuário e nem mostraram os exames”, disse o filho de Sebastião, que também não quis se identificar.

“A gente sabe que é uma bagunça lá dentro [do Hospital Geral de Roraima], mas meu pai não é um objeto”, relatou o filho de Sebastião, que disse que irá entrar em contato com a Ouvidoria do HGR e acionar o Ministério Público de Roraima (MPRR). De acordo com informações obtidas pela reportagem da REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, o lado da fratura ficou sem tratamento por mais de 24 horas e o fêmur do lado esquerdo, agora, tem uma lesão óssea causada pela cirurgia.

A CENARIUM entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) que negou as acusações.

Veja a nota na íntegra:

A Secretaria Estadual de Saúde nega as acusações de erro médico no Hospital Geral de Roraima.

Segundo o médico responsável, não houve equívocos no tratamento do paciente que sofreu politraumatismo. Foram realizados procedimentos corretos, como a redução do joelho e a fixação externa para estabilização.

As alegações de cirurgia na perna errada são infundadas, uma vez que não foi necessária a colocação de placas ou parafusos no paciente.

O tratamento do joelho está em andamento e será seguido pela fisioterapia e posterior cirurgia de reconstrução dos ligamentos.

A Sesau continua comprometida em fornecer cuidados de qualidade, apoiada por uma equipe médica competente e pronta para esclarecer quaisquer dúvidas adicionais.

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Editado por Jefferson Ramos

Revisado por Adriana Gonzaga