Fecomércio de Roraima repudia aumento do ICMS aprovado na Assembleia Legislativa


25 de dezembro de 2022
Sede da Fecomércio, em Roraima (RR) (Divulgação)
Sede da Fecomércio, em Roraima (RR) (Divulgação)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio-RR) e sindicatos filiados repudiaram a aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 406, pela Assembleia Legislativa do Estado, que aumentou de 17% para 20% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre bens e serviços a consumidores de Roraima. O texto era de autoria do governador Antonio Denarium (PP).

No texto, o chefe do Executivo estadual alegou que o Estado foi impactado por perdas de arrecadação devido às várias desonerações tributárias promovidas pela União, além das despesas com pessoal, o que “demanda ainda mais os cofres públicos“.

Em nota, a Fecomércio afirma que o projeto definitivo antecipou a reforma do código tributário em discussão com os setores produtivos de Roraima. A federação ainda cita que o Supremo Tribunal Federal (STF) já promulgou o acordo entre Estados e governo federal em relação ao ressarcimento de parte das perdas que ocorreram este ano, e menciona outro aumento aprovado pelo Governo Denarium.

Vale ressaltar que o governo do Estado também já aumentou a alíquota de ICMS dos combustíveis que começará a valer a partir de 2023, o que deve onerar ainda mais o contribuinte estadual, que terá que pagar um valor maior nos combustíveis em Roraima“, diz a Fecomércio.

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Impactos na população

A nota afirma ainda que o reajuste na alíquota do imposto deve provocar um aumento generalizado dos preços das mercadorias em Roraima, afetando diretamente o poder de compra da população.

As pessoas serão obrigadas a reduzir o seu nível de consumo, consequentemente reduzindo as vendas, e logo, a arrecadação de ICMS, o que comprovará que o aumento do ICMS servirá apenas para aumentar a inflação em Roraima e empobrecer ainda mais as famílias roraimenses“, declara a federação.

Por fim, a Fecomércio destaca que 2023 se iniciar com preocupação em relação ao “aumento da carga tributária em Roraima, descontrole inflacionário e com decisões sendo tomadas pelos governantes sem ouvir a sociedade civil organizada e a classe empresarial que trabalham para o desenvolvimento econômico e social de Roraima“.

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Leia a nota na íntegra:

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima e os Sindicatos filiados repudiam a aprovação do Projeto de Lei nº 406, de 14 de dezembro de 2022, de autoria do Governo de Roraima, que “Dispõe sobre o Sistema Tributário Estadual e dá outras providências”. O projeto definitivo, aprovado sem ouvir a classe empresarial, aumentou o ICMS de 17% para 20% (vinte por cento) nas mercadorias e serviços, e antecipou a reforma do código tributário, em discussão com os setores produtivos de Roraima.

O argumento do Governo é recompor as perdas com a redução do ICMS dos combustíveis, imposta pela União. Mas, o STF já promulgou o acordo entre Estados e Governo Federal em relação ao ressarcimento de parte das perdas que ocorreram este ano. Vale ressaltar que o Governo do Estado também já aumentou a alíquota de ICMS dos combustíveis que começará a valer a partir de 2023, o que deve onerar ainda mais o contribuinte estadual, que terá que pagar um valor maior nos combustíveis em Roraima.

O Governador Antônio Denarium esquece que para gerir as finanças de um Estado, assim como de uma empresa ou família, não existe apenas a via de aumento de impostos/receitas, é preciso organizar, otimizar e reduzir gastos supérfluos. Mas, segundo o que mostrou o Relatório Resumido de Execução Orçamentária, do Tesouro Nacional, referente ao 5º bimestre deste ano, o Governo de Roraima foi o que apresentou o maior crescimento das despesas, em relação ao mesmo período do exercício anterior.

Esse aumento acentuado de 50% nas despesas do Governo Estadual, além de aumentar cada vez mais o peso do Estado na economia local, também vai na contramão do discurso pregado pela atual gestão, que sempre indicou que iria reduzir o tamanho do estado e controlar os gastos públicos, para que não tivéssemos o mesmo descontrole fiscal de 2018, ano da intervenção federal no Estado. É bom lembrar que mesmo durante a intervenção federal, não houve por parte do governo Estadual a solicitação de aumento da carga tributária, e sim um ajuste feito através do controle das despesas públicas.

O reajuste na alíquota do imposto deve provocar um aumento generalizado dos preços das mercadorias em Roraima, afetando diretamente o poder de compra da população. As pessoas serão obrigadas a reduzir o seu nível de consumo, consequentemente reduzindo as vendas, e logo, a arrecadação de ICMS, o que comprovará que o aumento do ICMS servirá apenas para aumentar a inflação em Roraima e empobrecer ainda mais as famílias roraimenses, fazendo com que aumente o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza.

Empresários do comércio e da indústria tentaram reverter a situação e se reuniram com os deputados estaduais antes da votação, pedindo mais tempo para discutir sobre os impactos para a economia, caso fosse aprovado. O presidente da Assembleia Legislativa, Soldado Sampaio, se comprometeu em discutir o projeto em sessão extraordinária, mas faltando poucas horas para encerrar a última sessão do ano, os parlamentares aprovaram o Projeto de Lei do Executivo.

A Fecomércio destaca a relevância e a importância do setor do comércio de bens, serviços e turismo na economia (PIB) de Roraima, na arrecadação de 40% de ICMS em 2021 e na geração de empregos formais, com saldo de 80% no primeiro semestre de 2022.

Encerramos um ano com a preocupação de iniciar 2023 com aumento da carga tributária em Roraima, descontrole inflacionário e com decisões sendo tomadas pelos governantes sem ouvir a sociedade civil organizada e a classe empresarial que trabalham para o desenvolvimento econômico e social de Roraima.

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