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Fieam comemora maior participação da indústria no PIB, mas alerta sobre desindustrialização
Linha de montagem de motos na fábrica da Honda no distrito industrial da Zona Franca Manaus - (Lalo de Almeida/Folhapress)
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02 de setembro de 2023
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – O presidente do Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antônio Carlos da Silva, defendeu que apesar da participação da Indústria no Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido em 0,9%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda há um caminho a percorrer na criação de políticas públicas voltadas ao setor.
“Precisamos de uma política industrial bem estruturada, que possa criar um ambiente de negócios competitivo e propício ao desenvolvimento da atividade fabril. Essa é uma questão que demanda soluções de médio e longo prazo, de forma que, no momento presente, os indicadores devem continuar na tendência apresentada“, avaliou o presidente do FIEAM.
Com o maior crescimento registrado no setor da Indústria para o segundo trimestre de 2023 (0,9), em comparação aos demais setores, com Serviços (0,6%) e a Agropecuária declinando 0,9%, o PIB do país totalizou uma arrecadação de R$ 2,651 trilhões, segundo dados do IBGE.
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Mesmo com números expressivamente positivos, com uma fatia de 23,9% do PIB nacional, o presidente da FIEAM avalia que o processo de desindustrialização segue em ritmo moderado.
“Esse declínio pode ser atribuído à falta da competitividade das indústrias nacionais, que perdem espaço para indústrias estrangeiras que atuam em ambientes fiscais menos complexos e dispõem de melhor infraestrutura“, avalia.
Segundo Antônio Carlos, a indústria é responsável por quase 70% das exportações nacionais e pouco mais de 65% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de responder por, aproximadamente, 35% da arrecadação de tributos federais.
“A indústria é a base da cadeia produtiva e econômica de um país. Não há como discutirmos um país desenvolvido sem que ele tenha um segmento industrial consolidado e competitivo“, pontuou.
Com isso, o setor industriário performa acima do que especialistas previam. Segundo o economista Inaldo Seixas, a previsão para o trimestre estava definida em brandos 0,3% do PIB, mantendo a melhora consecutiva, sem resultados muito acima.
“A indústria não esperava que tivesse um comportamento tão bom. Já que no primeiro trimestre desse ano (2023) a indústria cresceu apenas 0,1% e no último trimestre de 2022 ela caiu 0,2%“, pontuou.
O crescimento na Indústria se deve aos desempenhos positivos de 1,8% nas Indústrias Extrativas, 0,7% na Construção, 0,4% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e 0,3% nas Indústrias de Transformação, segundo dados do IBGE.
Para o especialista, a redução na dependência do país do setor do agronegócio é positivo, uma vez que quando se fala em crescimento da indústria, a evolução tecnológica e a geração de emprego são especialmente afetadas.
“O segundo trimestre trouxe boas surpresas no resultado da expansão econômica, principalmente vindo do setor industrial, se sagrando como setor com o maior peso na composição do PIB“, ressalta.
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