Fonte no STF diz ser ‘muito difícil’ Mendonça dar decisão favorável à ZFM sobre IPI

Com o destino de 500 mil empregos diretos e indiretos e da economia do Amazonas nas mãos, ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça soou o alarme entre as lideranças políticas e empresariais do Estado. Mendonça, o “terrivelmente evangélico”, é muito próximo, ideologicamente, do presidente Jair Bolsonaro, autor do decreto que reduziu em 25% o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Fonte do gabinete do ministro, ouvida pela Via Brasília, diz que ele estaria inclinado a não dar liminar favorável à Zona Franca de Manaus, nem encaminhar, tão cedo ao plenário, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pelo Governo do Estado.

Ataques nas redes

Duas razões, ainda segundo a fonte, pesam para Mendonça se “fechar em copas” quanto à ZFM. Primeiro, porque o ministro do STF já foi alvo das milícias bolsonaristas ao votar favorável à condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). E, nesse momento de escalada da crise institucional, tudo o que Mendonça quer é evitar um choque com o Planalto. Ainda que tenha prometido novamente ao governador Wilson Lima (União Brasil) que “estudaria uma forma de preservar a Zona Franca”, sabe-se que nem sempre “o que o presidente fala se escreve.” E mais: o tempo de Bolsonaro para tomar decisões é um, o dos empresários do PIM (Polo Industrial de Manaus) é outro.

Demissões no PIM

Enquanto o destino da ZFM se mantém incerto, empresas de Manaus já começam a desmobilizar linhas de produção e a suspender compra de insumos. A informação foi dada pelo presidente do Sindplast (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Material Plástico de Manaus e do Estado do Amazonas), Francisco Brito, ao revelar que as demissões no PIM já começaram no mês de março. Após reunir com quatro empresas do setor, o sindicalista afirmou que as matrizes estão em compasso de espera para decidir se ficam ou não na ZFM. Um cenário que, deverá atingir em breve os setores de componentes, além de subsetores metalúrgicos.

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Disputa na CMO

O deputado Cacá Leão (PP-BA) e o senador Marcelo Castro (MDB-PI) são os nomes mais citados nas especulações para a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e ao cargo de relator-geral do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) 2023, respectivamente, os cargos da comissão mais poderosa do Congresso, sobretudo, em ano eleitoral. O sucesso da campanha de Cacá Leão depende do União Brasil, pois cabe ao partido indicar um nome para presidir a CMO. E já a escolha do relator-geral sairá do MDB. Estas definições devem ficar para a próxima semana, já que a CMO é uma das últimas comissões a serem formadas.

Doria paz e amor

Premido por uma rejeição que ultrapassa os 60%, segundo as últimas pesquisas, comparável à de Bolsonaro, o ex-governador João Doria muda a estratégia e veste uma capa mais humilde, no melhor estilo “paz e amor”. Além de admitir que possa ser vice numa chapa de 3ª via, o paulista inicia um giro por Brasília, Goiânia, Belém e retorna a São Paulo, onde fica seu QG. Busca atrair políticos tradicionais, sobretudo, do PSDB, para sua campanha presidencial. Ainda assim, a viabilidade de seu nome e o empenho do partido, na pré-campanha, são questionados o tempo todo nos eventos de que tem participado.

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