Fotojornalista da CENARIUM é finalista do Prêmio Vladimir Herzog com imagem de execução em Fórum de Manaus

Matheus Danilo Barros Dias, 24 anos, foi executado em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O fotojornalista Ricardo Oliveira, da REVISTA CENARIUM, é finalista na categoria Fotografia, do 44º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais importantes do jornalismo brasileiro. Com o título “Execução no Fórum de Justiça”, a imagem foi registrada no dia 6 de janeiro de 2022 e capturou o momento onde é possível ver um homem, dentro de um carro policial, após ser assassinado em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis, na zona Centro-Sul de Manaus.

A foto capturada por Oliveira disputa com “A for da fome”, de Domingos Peixoto, do Extra; e com “A narrativa desumanizante em torno dos assassinatos policiais no Rio de Janeiro”, de Fabio Teixeira, da plataforma9p9. A escolha dos vencedores será feita pela comissão organizadora do prêmio no próximo dia 13 de outubro, às 14h, em sessão pública presencial no Espaço Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

O Prêmio Vladimir Herzog é organizado e promovido por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Ordem dos Advogados do Brasil  – Secção São Paulo (OAB-SP), Periferia em Movimento e Instituto Vladimir Herzog (IVH).

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Troféu símbolo do Prêmio, uma criação do artista plástico Elifas Andreato. (Foto: Alice Vergueiro/Acervo PVH).

“Muito feliz de estarmos na final do tradicional prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A certeza de que estamos fazendo nossa parte neste Brasil e da nossa Amazônia tão machucada nesses últimos anos. Somos fiscalizadores responsáveis de cada gestão. Não chutamos no vazio”, comemorou o fotojornalista Ricardo Oliveira.

Em 2016, Ricardo Oliveira ganhou uma menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog pela reportagem
“Piaçabeiros e Piabeiros, às margens do Rio Negro, das leis trabalhistas e dos direitos humanos”, do Jornal Amazonas Em Tempo.

No mês de agosto deste ano, Oliveira venceu pela REVISTA CENARIUM o 9° Prêmio Sebrae de Jornalismo, na Categoria Foto, com a imagem “Manejar é Preciso”. A cerimônia de premiação teve como tema “A importância dos pequenos negócios para a economia do País” e foi realizada na sede do Sebrae Amazonas, no Centro de Manaus.

História

O momento capturado por Ricardo Oliveira ocorreu na primeira semana de 2022, quando homens armados com fuzis interceptaram, por volta das 14h30, a viatura policial que levava Matheus Danilo Barros Dias, 24 anos, e atiraram contra o homem. O rapaz havia sido preso na noite anterior junto com outras duas pessoas, Patrick Regis de Sena e Antônio Marlon Silva dos Santos – ambos estavam sendo levados para o fórum para a audiência de custódia.

Matheus Danilo Barros Dias, 24 anos, foi executado em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Matheus morreu no local, mas Patrick e Antônio foram levados com vida ao hospital. Antônio, no entanto, acabou não resistindo aos feridos e foi a óbito. O caso repercutiu e gerou um alvoroço entre a população, que ficou com medo do atentado. Especialistas também comentaram sobre o episódio e classificaram a ação dos suspeitos como ousada e que não é uma exceção.

O caso

O fotojornalista Ricardo Oliveira estava na ilha de edição da REVISTA CENARIUM no momento em que soube do atentado e logo foi deslocado para o fórum, acompanhado da equipe de reportagem da empresa. Oliveira foi um dos primeiros fotógrafos profissionais presentes na ocasião.

Confira a lista dos finalistas:

Fotografia

  • A dor da fome – Domingos Peixoto (Extra)
  • A narrativa desumanizante em torno dos assassinatos policiais no Rio de Janeiro – Fabio Teixeira (plataforma9p9)
  • Execução no Fórum de Justiça – Ricardo Oliveira (Revista Cenarium)

Arte

  • Três mulheres da Craco – Carol Ito (piauí)
  • A sombra da maldade – Nando Motta (Brasil 247)
  • Pós-Estupro – Brum (Tribuna do Norte)

Produção Jornalística em Áudio

  • O que os olhos não veem – Agência Pública
  • Tempo Quente – Rádio Novelo
  • Não sou mais o Pedro – Tomás Chiaverini (Rádio Escafandro)

Produção jornalística em Multimídia

  • Mortes invisíveis – UOL
  • Rondônia devastada – Amazônia Real
  • A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia – Mirelle Pinheiro (Metrópoles)

Produção jornalística em Texto 

  • Cercados e vigiados – PF legaliza seguranças que aterrorizam moradores de antiga usina de açúcar em Pernambuco – Alice de Souza (The Intercept Brasil)
  • Educação árida: mudanças climáticas dificultam acesso à escola – Anelize Moreira, Camila Salmazio, Daniel Lamir e Lais Barros (Portal Lunetas)
  • Mineração arada: quilombolas barram avanço de empresa inglesa na Chapada Diamantina  – Daniel Camargos e Fernando Martinho (Repórter Brasil)

Livro-reportagem

  • Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo (Companhia das Letras) – Eliane Brum
  • Dano colateral: A intervenção dos militares na segurança pública (Objetiva) – Natalia Viana
  • Meninos malabares: retratos do trabalho infantil no Brasil (Panda Books) – Bruna Ribeiro e Tiago Queiroz Luciano

Produção jornalística em Vídeo

  • Crianças yanomami sofrem com desnutrição e falta de atendimento médico – Rede Globo
  • “Não merecia ser humilhado”; PM arrasta suspeito em moto e recria cena da Escravidão em São Paulo – Rede Globo / Fantástico
  • Identidade, o direito à vida transvesti – TV ESA PE  e TV Universitária PE
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