Frigorífico anuncia promoção de camarão maior que ‘cérebro de petista’

Clarice, personagem criado a partir de Inteligência Artificial (Reprodução/Instagram)
Eduardo Figueiredo – Da Revista Cenarium

MANAUS – A campanha publicitária da rede de Frigorífico Goiás, divulgada no dia 5 de maio, repercutiu, nas redes sociais, pelo tom ofensivo aos filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT). No vídeo, aparece uma personagem branca, loira e de olhos claros, que se identifica como Clarice, criada por inteligência artificial, falando das promoções do estabelecimento e em determinado momento, o robô compara o cérebro de petistas ao “tamanho do camarão”.

Me chamo Clarice e fui criada com inteligência artificial. Estou aqui para apresentar para vocês a nossa incrível promoção de camarão GG, que é maior que cérebro de petista e está saindo por apenas R$ 100 o quilograma (KG)“, afirma o robô no vídeo que até a manhã desta quarta-feira, 24, contava com quase 300 mil visualizações e mais de 3.550 comentários

O camarão é um crustáceo que tem o sistema digestivo, onde se acumulam os excrementos, localizado na cabeça. Portanto, o termo “cérebro de camarão” é popularmente utilizado para desqualificar a inteligência de uma pessoa.

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Veja vídeo:

Internautas associaram a menção a uma afronta política e tentativa de ataque ofensivo contra os partidários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Bolsonarista nem cérebro tem, precisa de uma inteligência artificial para funcionar”, respondeu um seguidor da página nos comentários.

Outra usuária do Instagram acrescentou: “Pela falta de respeito, realmente dá para entender porque vocês apoiam o Bolsonaro”. Um terceiro seguidor também se posicionou contra a publicação: “Claro que um frigorífico tinha que ficar do lado dos gados, faz todo sentido”, afirmou.

‘Picanha Mito’

No dia 2 de outubro de 2022, dia em que a população brasileira foi às urnas para votação do primeiro turno, o frigorífico realizou uma promoção de picanha. O quilo da carne nobre foi ofertado pelo valor de R$ 22, em referência ao número do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro. À época, o vídeo também viralizou nas redes sociais.

No dia seguinte a postagem, o Ministério Público Eleitoral (MPE) em Goiás determinou que a Polícia Federal abrisse um inquérito sobre a promoção batizada ‘picanha mito’ para apuração de eventual crime eleitoral praticado pelos gestores da empresa Frigorífico Goiás.

Leia também: Gusttavo Lima fez propaganda eleitoral irregular para Bolsonaro, afirma Ministério Público

Veja vídeo:

Admiração bolsonarista

Admirador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nas redes sociais do empresário Leandro Batista da Nobrega é possível encontrar diversas publicações de apoio ao então candidato à reeleição, derrotado democraticamente nas urnas pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.

No Instagram do empresário, também tem fotos ao lado de aliados do ex-presidente, como o dono das lojas Havan, Luciano Hang; o senador por Goiás Wilder Medeiros; o cantor sertanejo Gusttavo Lima e o apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho.

Empresário Leandro Batista ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (Reprodução/Instagram)

A empresa

A empresa está registrada sob o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) – de número 42.218.635/0001-00, que tem como sócio administrador Leandro Batista da Nobrega. O capital social do frigorífico, que está ativo desde 2021, está em torno de R$ 350.000.

Entre as atividades registradas pela empresa estão: comércio varejista de carnes – açougues; fabricação de produtos de carne; fabricação de laticínios; representantes comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral não especializado; comércio varejista de laticínios e frios; peixaria; comércio varejista de bebidas e comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não especificados anteriormente.

Dados do frigorífico disponíveis para consulta (Reprodução)

A reportagem da REVISTA CENARIUM procurou o frigorífico e o empresário via ligação telefônica, no número de contato disponibilizado no site da empresa, e via e-mail, no entanto, até a publicação desta matéria não obteve retorno.

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