Governo acredita que não terá problemas para aprovar pacote de bondades no Congresso


25 de junho de 2022
Governo acredita que não terá problemas para aprovar pacote de bondades no Congresso
De acordo com assessores palacianos, as últimas conversas feitas com os presidentes do Senado e da Câmara, além de ministros do TSE, indicam que não haveria problemas legais para a concessão dos benefícios (Mayana Lopes/CENARIUM)

O governo federal acredita que não terá problemas para aprovar os benefícios que estão sendo estudados para serem repassados à população, como o aumento do Auxílio Brasil, o voucher para caminhoneiros e a elevação do auxílio gás. De acordo com assessores palacianos, as últimas conversas feitas com os presidentes do Senado e da Câmara, além de ministros do TSE, indicam que não haveria problemas legais para a concessão dos benefícios. Há divergências, no entanto, se seria necessário publicar um decreto de estado de emergência. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho, acredita que não seja necessário o decreto. A ala política está confiante que as medidas que injetarão dinheiro “na veia” da população mais afetada com a crise sairão logo, porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, endossou as propostas.

Guedes populista

Guedes bateu o martelo quanto à ampliação em R$ 200, para R$ 600 por mês, o valor do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), e ao lançamento do auxílio caminhoneiro de R$ 1.000, batizado de “Pix Caminhoneiro”, para compensar a alta do diesel no Brasil. O ministro também apoia a ideia de dobrar o valor do auxílio gás, hoje, em R$ 53. Essas três ações, com um custo total estimado de R$ 29 bilhões, já estão sendo discutidas com os líderes dos partidos e surgem em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta melhorar sua popularidade para buscar a reeleição. De ultraliberal, Guedes se converteu em um aguerrido populista.

Preocupação com Cármen Lúcia

Apesar das suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações que levaram à prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, terem um grande potencial de impacto na campanha, a principal preocupação do Planalto é com o que poderá vir do Supremo Tribunal Federal. Embora pudesse parecer bom, por ter saído das mãos do juiz que ordenou a prisão de Milton Ribeiro, o fato de o processo ter ido para as mãos da ministra Cármen Lúcia traz preocupação porque o governo sabe que ela pode vir com tudo para cima do presidente.

O que está por vir

Na Paraíba, onde participa da festa de São João de Campina Grande, Bolsonaro está mesmo preocupado com o que ainda possa existir no inquérito. Por isso, o compasso é de espera. Um dos interlocutores do presidente disse que a movimentação da oposição pela CPI é natural, mas que ainda continuam avaliando se o Congresso teria fôlego para fazer uma CPI quando todos estão preocupados com suas campanhas. O momento é de esperar para ver o tamanho do estrago, qual o impacto no governo e na campanha e quais medidas o Judiciário poderia adotar.

Lei das estatais

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes do Centrão aguardam que o governo federal publique, até a próxima semana, uma Medida Provisória para permitir “atualizações” na Lei das Estatais. Empenhados em mudar as regras de contratação nas estatais, entendem que o Congresso já atuou bastante na pauta dos combustíveis e que falta, agora, uma sinalização do Executivo. A MP teria efeito imediato e sua validade coincidiria com as eleições, o que deixaria o presidente da Petrobras na mira, caso não atue para conter novos reajustes. O governo avalia uma forma com que as mudanças nos comandos das estatais possam ser feitas de maneira mais ágil e evitar a situação de José Mauro Coelho, demitido e, mesmo assim, permaneceu no cargo.

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