Governo federal anuncia a demissão de mais 58 servidores do GSI; órgão está em crise
27 de abril de 2023

Da Revista Cenarium*
BRASÍLIA – O governo federal anunciou nesta quinta-feira, 27, a demissão de mais 58 servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O órgão entrou em crise após a divulgação de imagens do ex-ministro da pasta Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto no momento em que vândalos destruíam o local, em 8 de janeiro.
“Dando prosseguimento à renovação do quadro de funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro interino Ricardo Cappelli autorizou, nesta quinta, a exoneração de mais 58 servidores. As dispensas serão publicadas na próxima edição do Diário Oficial da União”, disse o órgão em nota.

Na quarta-feira, 26, já tinham sido exonerados outros 29 funcionários, dentre eles, 24 oriundos das Forças Armadas.
Deixaram o governo, na quarta, os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro Max Moreira, de Segurança e Coordenação Presidencial, general Marcius Netto, e de Coordenação de Sistemas, contra-almirante, Marcelo Gomes.
Também foram exonerados o diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, coronel Ivan Karpischin, cinco supervisores e outros cinco assistentes.
As demissões ocorrem em meio a uma disputa, no governo, sobre manter um militar ou colocar um civil à frente do GSI, após a saída do general Gonçalves Dias.
Os auxiliares que defendem manter o ministério sob o comando dos militares acreditam ser essa a alternativa que trará menos traumas e ruídos políticos. Já os integrantes do governo, que defendem um civil à frente do órgão, sustentam uma reestruturação completa do ministério.
Entre os demitidos estão remanescentes do governo de Jair Bolsonaro (PL).
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Marcius Netto, por exemplo, já ocupava um cargo de diretoria, no GSI, na gestão anterior. Lula o manteve no cargo e, algumas semanas após os ataques de 8 de janeiro, apenas o remanejou para outro cargo de diretoria.
Ele assumiu a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI no dia 24 de janeiro, deixando o cargo de chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal.
Os outros exonerados são da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, além de uma civil.
Antes das novas exonerações, o Governo Lula afirmava já ter promovido a troca de 35% do efetivo do GSI, órgão que se tornou muito associado a Bolsonaro nos últimos quatro anos.
O ministro interino da pasta, Ricardo Cappelli, vinha dizendo, nos últimos dias, que Lula havia pedido a ele que acelerasse as trocas no ministério.
Com o retorno de Lula, que estava em viagem à Europa, nos últimos dias, o presidente e seus auxiliares vão tomar uma decisão sobre o futuro do GSI, definindo o nome do ministro e as atribuições do órgão, que acabou desidratado, sem a atribuição de realizar a segurança pessoal de Lula, além de perder o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que passou para a Casa Civil.