Governo federal anuncia a demissão de mais 58 servidores do GSI; órgão está em crise

Ex-ministro Gonçalves Dias pediu demissão na quarta-feira, 19. Já nesta quinta, 27, governo exonerou mais 58 servidores (Ricardo Stuckert/PR)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O governo federal anunciou nesta quinta-feira, 27, a demissão de mais 58 servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O órgão entrou em crise após a divulgação de imagens do ex-ministro da pasta Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto no momento em que vândalos destruíam o local, em 8 de janeiro.

“Dando prosseguimento à renovação do quadro de funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro interino Ricardo Cappelli autorizou, nesta quinta, a exoneração de mais 58 servidores. As dispensas serão publicadas na próxima edição do Diário Oficial da União”, disse o órgão em nota.

O ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, durante reunião com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes (Pedro Ladeira/Folhapress)

Na quarta-feira, 26, já tinham sido exonerados outros 29 funcionários, dentre eles, 24 oriundos das Forças Armadas.

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Deixaram o governo, na quarta, os secretários de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro Max Moreira, de Segurança e Coordenação Presidencial, general Marcius Netto, e de Coordenação de Sistemas, contra-almirante, Marcelo Gomes.

Também foram exonerados o diretor do Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, coronel Ivan Karpischin, cinco supervisores e outros cinco assistentes.

As demissões ocorrem em meio a uma disputa, no governo, sobre manter um militar ou colocar um civil à frente do GSI, após a saída do general Gonçalves Dias.

Os auxiliares que defendem manter o ministério sob o comando dos militares acreditam ser essa a alternativa que trará menos traumas e ruídos políticos. Já os integrantes do governo, que defendem um civil à frente do órgão, sustentam uma reestruturação completa do ministério.

Entre os demitidos estão remanescentes do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Leia também: ‘Houve um apagão no sistema’, diz ex-ministro do GSI sobre ataques em Brasília

Marcius Netto, por exemplo, já ocupava um cargo de diretoria, no GSI, na gestão anterior. Lula o manteve no cargo e, algumas semanas após os ataques de 8 de janeiro, apenas o remanejou para outro cargo de diretoria.

Ele assumiu a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI no dia 24 de janeiro, deixando o cargo de chefe da Assessoria de Planejamento e Gestão do Departamento-Geral do Pessoal.

Os outros exonerados são da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, além de uma civil.

Antes das novas exonerações, o Governo Lula afirmava já ter promovido a troca de 35% do efetivo do GSI, órgão que se tornou muito associado a Bolsonaro nos últimos quatro anos.

O ministro interino da pasta, Ricardo Cappelli, vinha dizendo, nos últimos dias, que Lula havia pedido a ele que acelerasse as trocas no ministério.

Com o retorno de Lula, que estava em viagem à Europa, nos últimos dias, o presidente e seus auxiliares vão tomar uma decisão sobre o futuro do GSI, definindo o nome do ministro e as atribuições do órgão, que acabou desidratado, sem a atribuição de realizar a segurança pessoal de Lula, além de perder o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que passou para a Casa Civil.

Leia também: GSI libera imagens dos ataques antidemocráticos em Brasília que estavam sob sigilo
(*) Com informações da Folhapress
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