Greve na Eletrobrás: 420 funcionários aderem à paralisação no Pará


Por: Raisa de Araújo

11 de junho de 2024
Funcionários de companhia elétrica aderiram greve nacional (Divulgação)
Funcionários de companhia elétrica aderiram greve nacional (Divulgação)

Raisa Araújo – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – Pelo menos 420 trabalhadores da Eletronorte, do Grupo Eletrobrás, no Pará, de cidades como Belém, Santarém, Altamira, entre outras, se uniram à greve nacional, nessa segunda-feira, 11, em resposta à proposta do Sistema Eletrobras de reajuste zero, redução salarial e retirada de direitos. Outros dez estados, dos 11 que compõem à companhia elétrica, se uniram à greve.

A data-base, período do ano destinado à correção salarial dos empregados do Grupo Eletrobras, estava prevista para 1º de maio deste ano. Desde abril, ocorrem negociações para a renovação do acordo coletivo. A subsidiária Furnas também entrou em greve em todos os 15 Estados onde opera e no Distrito Federal. Na Chesf, a sede em Recife paralisará a partir de sexta-feira, 14.

O Coletivo Nacional dos Eletricitários, que negocia com a Eletrobras, solicitou a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e deve entrar com ação de dissídio de greve, que são ações ajuizadas no Tribunal para solucionar conflitos trabalhistas. 

Funcionários em greve em Belém (Divulgação)

Os serviços essenciais continuam sendo mantidos, mas os operadores alteraram os turnos de 12 para 24 horas como forma de protesto, o que preocupa a diretoria devido aos possíveis riscos ao sistema elétrico. O Sindicato dos Urbanitários do Pará e outras entidades sindicais garantem a manutenção dos serviços essenciais à população durante a greve.

O que motiva essa greve? 

A Eletrobras foi privatizada em junho de 2022, durante o Governo Bolsonaro, que colocou as ações da empresa à venda e reduziu a participação do governo de 65% para 42%. Com isso, a gestão deixou de ser acionista majoritário, perdendo o controle da companhia. 

Atualmente, a Eletrobras busca reduzir custos e alinhar salários e benefícios aos padrões do setor privado, visto que herdou uma folha de pagamento inchada e incompatível com o mercado após a privatização. 

As medidas propostas incluem ajustes salariais, congelamento de salários elevados e pagamento de abonos, visando garantir a sustentabilidade financeira, eficiência operacional e competitividade da empresa. Abaixo, veja o resumo com informações, elaborado pelo site Poder 360, explicando a proposta da Eletrobras após a privatização.

PROPOSTAS DA ELETROBRÁS
Redução Salarial
– Inicialmente, proposta de redução de 12,5% para salários abaixo de R$ 16.000.
– Corte reduzido para 10%.
– Tópico retirado da proposta; agora, possibilidade de negociação individual para corte de salário acima de R$ 16.000.
Compensações para Redução Salarial
– Indenização de 12 meses da diferença salarial ajustada.
– Garantia de emprego ou salário por 24 meses (até 30 de abril de 2026).
– Para gerentes que já renegociaram, garantia de 24 meses a partir da revisão.
Congelamento e Abonos
– Proposta de congelar salários acima de R$ 6.000 até 2026.
– Salários abaixo de R$ 6.000 receberiam correção da inflação (100% do IPCA).
– Pagamento de abono salarial em 2024 e 2025.
Valores do Abono
– Salários até R$ 6.000:
Admitidos antes da privatização: abono de R$ 7.000.
Admitidos após a privatização: abono de R$ 1.000.
– Salários de R$ 6.000 a R$ 20.000:
Admitidos antes da privatização: abono de R$ 9.000.
Admitidos após a privatização: abono de R$ 3.000.
Outras Compensações
Em caso de desligamento sem justa causa até abril de 2025, pagamento adicional ao valor rescisório equivalente ao tempo de trabalho até 30 de abril de 2025.
Fonte: Poder 360
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Editado por Adrisa De Góes

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