Grupo Carimbó Cobra Venenosa lança vinil ‘Nova Era’ nesta sexta-feira
24 de agosto de 2022
O grupo Carimbó Cobra Venenosa grupo se inspirou no trabalho ancestral de Mestre Verequete para lançar o vinil (Juliana Matemba)
Com informações da assessoria
BELÉM (PA) – Após 28 anos do lançamento do último vinil gravado em som de carimbó pau & corda, por Mestre Verequete, o consagrado LP “A Volta do Carimbó”, que eternizou a música “O Carimbó Não Morreu”, a Cobra Venenosa Priscila Duque o vinil “Nova Era” (7” polegadas), com duas faixas autorais, nesta sexta-feira, 26, data de nascimento do Rei dos Tambores, no Espaço Cultural Coisas de Negro, em Belém, no Pará.
O lançamento será em meio ao encontro de gerações que promete ficar marcado na história do carimbó urbano contemporâneo, com a presença des mestres e mestras consagrados do distrito de Icoaraci, Nego Ray, Lourival Igarapé, Mestre Jaci, Thomaz Cruz, Ney Lima e Mestra Nazaré Do Ó entre as participações especiais confirmadas.
O grupo Carimbó Cobra Venenosa grupo se inspirou no trabalho ancestral de Mestre Verequete para lançar o vinil (Juliana Matemba)
O LP “Nova Era” foi gravado e masterizado em 2019, prensado em pequena tiragem na Vinil Brasil, sob encomenda de Michel Placido, produtor cultural e advogado, residente em São Paulo (SP), que está lançando o selo independente LP-SP, e conheceu o trabalho do grupo pelas redes sociais.
O disco conta com as faixas “Feminista e ponto” (Priscila Duque/Carol Pabiq Ananindeusa Afro-Ameríndia/Domínio Público) e “Eu venho de longe” (Renato Caranã), e com uma equipe técnica inteira que fez parte do trabalho de forma totalmente voluntária, sem receber qualquer valor de cachê tanto para os músicos quanto para toda equipe técnica. Inicialmente, o vinil seria lançado em 2020, porém, o lançamento atrasou devido a pandemia ter prejudicado a importação de insumos necessários à prensagem, também pelas dificuldades causadas a todo segmento artístico por conta da Covid-19.
No vinil “Nova Era”, a Cobra Venenosa, Priscila Duque, reunida com seu covil de ‘carimbozeires’, anuncia que se ser mulher livre é pecado, o pecado está nas próprias mãos. O disco também um anúncio de que o chão sagrado e ancestral da Amazônia é território de coragem e luta contra “opressores e sanguinários” que insistem em violar desde as raízes até as mentes.
Lançamento do vinil ocorre nesta sexta-feira (Divulgação)
“E não importa, o quanto incomode e a quem, seguiremos de pé e com a cabeça erguida, com convicção inabalável de que tudo que a sociedade tentou nos convencer até aqui, está errado ou é injusto” (trecho da música “Feminista e Ponto”) e “nessa terra que nutre meu povo, vai crescer alimento sagrado, vai raiar o (nosso) dia de novo” (trecho da música “Eu venho de longe”).
“Carimbó nunca foi apenas música. Carimbó é resistência, amor, poesia, vida, coletividade, reinvenção, força, ancestralidade, respeito à natureza. É ar fluido que oxigena a liberdade. É maré que balança as águas. Carimbó é encontro. Carimbó é nosso anúncio de uma nova era. Aquela que não vamos esperar chegar, mas sim, a que estamos fazendo acontecer, com carimbó pau & corda, difundindo o carimbó às novas gerações, fortalecendo a troca entre as gerações do carimbó com a vivência com mestres e mestras, potencializando o trabalho de jovens (mulheres e homens cis e trans, mães e estudantes), em sua maioria negrxs e periféricxs que reinventam a realidade à sua volta com Cultura Popular e Resistência artística, consolidando uma cena nova de carimbó urbano. Morda a maçã e entre numa nova era”, afirma Priscila Duque.
O Carimbó Cobra Venenosa, possui 6 anos de atuação, um CD com 13 faixas gravado em 2018 e lançado em 2019. Já realizou turnês independentes e shows fora do estado (Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Bahia), também alcançou repercussão nacional e internacional com trabalhos envolvendo carimbó e audiovisual, exibidos em três continentes e em várias regiões do país, ganhando inclusive menção honrosa no 29° Festival Mix Brasil (2021), o maior da diversidade na América Latina. Também gravou show para ser exibido como atração na I Jornada Decolonial Internacional (2022) que aconteceu na Alemanha e em outros países da Europa e nos estados do Pará e Maranhão, no Brasil.
Carimbó Cobra Venenosa (Juliana Matemba)
Para a Cobra Venenosa, é uma honra lançar um vinil gravado totalmente com instrumental “pau & corda” (curimbós, maracas, banjo, sopros e efeitos orgânicos), já que o grupo se inspira no trabalho ancestral de Mestre Verequete, o último a lançar um disco de vinil do carimbó de raiz “pau & corda”, no ano de 1994, chamado “A volta do carimbó”, pelo selo Gravodisco.
O Gravodisco do Mestre Verequete teve como faixa de abertura a música “O carimbó não morreu”, que foi uma das grandes referências para que o “Carimbó Cobra Venenosa” tivesse esse nome, trazendo além do nome de inspiração, também, o demarcador estético-sonoro do “carimbó pau & corda” como música de valor ancestral e de potência contemporânea, numa verdadeira fusão entre a raiz e o hype, como movimento de salvaguarda deste bem que é titulado patrimônio cultural e imaterial brasileiro, a cultura do carimbó, mas também reinvenção do próprio ritmo, por jovens de Icoaraci, que fazem parte da nova geração do Carimbó paraense.
A pré-venda do vinil “Nova Era”, com preço promocional iniciou em julho. Os primeiros compradores estão sendo presenteados com um encarte lindo com as letras das músicas, foto e arte.
A festa de lançamento acontece na próxima sexta-feira, 26, Dia Municipal do Carimbó, a partir das 20h, no Espaço Cultural Coisas de Negro, e contará com as participações especiais dos mestres de Icoaraci, Nego Ray, Lourival Igarapé, Mestre Jaci, Thomaz Cruz, Ney Lima e Mestra Nazaré Do Ó, além de discotecagem da DJ Carol Pabiq Ananindeusa Afro-Ameríndia, VJ Clever dos Santos, Feira Criativa & Brechó. A entrada será baseada em contribuição consciente, com lista antecipada gratuita para as pessoas de baixa renda e bilheteria antecipada via Pix a R$ 10,00
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