Impactos da pandemia no mercado de trabalho pode persistir por mais um ano, avalia economista


30 de junho de 2021
Impactos da pandemia no mercado de trabalho pode persistir por mais um ano, avalia economista
Restabelecimento passa pelo processo de vacinação das pessoas (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um estudo divulgado na segunda-feira, 28, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que os impactos da pandemia ainda persistem no mercado de trabalho. Nem mesmo a melhora da atividade econômica e o crescimento da população ocupada no País ajudaram a diminuir os efeitos da Covid-19. O economista Wallace Meirelles estima que os impactos da crise da doença possam durar ainda por pelo menos mais um ano no Brasil e o restabelecimento passa pela vacinação da população.

“Os impactos da crise na economia vão demorar. Coloque um ano para frente. A coisa não vai se restabelecer de uma hora para outra, embora o mercado e a economia brasileira sejam muito dinâmicos, ainda assim vai demorar para sanar inúmeras questões no mercado de trabalho e do sistema empresarial, das micro e pequenas empresas”, frisa Meirelles.

Segundo a pesquisa do Ipea, feita com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 15,1% em março deste ano. O resultado representa um crescimento de 2,3 pontos percentuais ao igual período do ano anterior. Meirelles explica à REVISTA CENARIUM que o número de desocupados revela que o Brasil continua com uma economia desaquecida e que está em processo de restabelecimento.

“Quando a gente fala de economia e mercado de trabalho, temos que ver que isso é um processo. O restabelecimento da economia está lento. Já poderia estar mais acelerado se tivéssemos um trabalho mais coordenado por parte do governo federal; políticas públicas para restabelecimento do mercado de trabalho, para estímulo ao empreendedorismo, para o fortalecimento às micro e pequenas empresas e a gente não tem. Infelizmente, o Brasil não é nem liberal e ainda é um ortodoxo forçado e inepto. Temos que olhar que o Brasil precisa de planejamento para se restabelecer o mais breve possível”, salientou.

De acordo com a pesquisa do Ipea, o crescimento do número de desalentados corrobora a constatação de que o mercado de trabalho segue deteriorado, pois, nos últimos 12 meses, o contingente de pessoas com idade de trabalhar que estava fora da força de trabalho por conta do desalento saltou de 4,8 milhões para quase 6 milhões (alta de 25%).

O estudo mostra ainda que as mulheres e os jovens foram os mais prejudicados pela pandemia. A taxa de desocupação para as mulheres no primeiro trimestre de 2021 foi 17,9% maior do que para homens (12,2%), se comparado ao mesmo período de 2020. Já para os mais jovens, a taxa de desocupação ficou em 31%, enquanto que para os mais idosos ficou em 5,7%.

“Infelizmente, a concorrência acaba sendo desleal com as mulheres e os jovens sem experiência, ou com os idosos. A concorrência fica acirrada porque o mercado de trabalho não teve o crescimento adequado; você não teve um processo de restabelecimento da economia e, com isso, a concorrência é maior. O planejamento de Estado e de Governo é fundamental no momento como esse, de crise”, frisa o economista Wallace Meirelles.

Acesse a pesquisa na íntegra.

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