Início » Poder » Investigação sobre assédio sexual na Caixa pode ser julgada exclusivamente por homens no TCU
Investigação sobre assédio sexual na Caixa pode ser julgada exclusivamente por homens no TCU
Fachada do Tribunal de Contas da União (TCU) Sérgio Lima/Poder360 11-09-2020
Compartilhe:
02 de julho de 2022
Com informações da Folha de S.Paulo
BRASÍLIA – O julgamento da fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a política de prevenção e combate ao assédio sexual na Caixa Econômica Federal pode acabar ficando a cargo apenas de homens.
Isto porque a corte conta apenas com uma mulher, Ana Arraes, que se aposenta no dia 22 de julho.
Cabe à Câmara definir a vaga aberta pela ministra, e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tem indicado que pode deixar para levar a disputa à votação somente após as eleições, quando estará definido o tamanho das bancadas da próxima legislatura. Dessa forma, poderia usar o posto em suas negociações para reeleger-se na cadeira que ocupa.
PUBLICIDADE
O mais cotado para a vaga de Ana Arraes atualmente é o deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), candidato que tem o apoio de Lira.
Outros três deputados correm por fora: Hugo Leal (PSD-RJ), Fábio Ramalho (MDB-MG) e Soraya Santos (PL-RJ), a única mulher.
Ministros do tribunal têm restrições a Soraya por ela ter sido uma aliada próxima do ex-deputado Eduardo Cunha quando ele presidia a Câmara.
Até hoje, o TCU teve apenas duas ministras em sua composição: Ana Arraes e Elvia Castelo Branco, nomeada pelo ex-presidente da República José Sarney.
A investigação do TCU contra a Caixa foi aberta depois das denúncias contra o então presidente do banco, Pedro Guimarães, que é alvo de acusações de assédio sexual relatadas por funcionárias da instituição. O caso foi revelado na terça-feira, 28, pelo portal Metrópoles.
Os episódios incluem, segundo os relatos das mulheres, toques íntimos sem consentimento, propostas inadequadas às funcionárias e outras condutas inapropriadas.
A advogada especialista em Direito Público Maria Augusta Rost, que tem atuação no tribunal, lembra que a democracia demanda pluralidade em todas as estruturas de Estado e que a diversidade nos espaços de poder e de fala são, portanto, garantias constitucionais.
“Diante de sua relevância institucional, certamente, o Tribunal de Contas da União influenciará nas indicações para assegurar à ministra Ana Arraes a honra de repassar o cargo a outra mulher. Essa é a nossa esperança”, disse.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.