Na quinta-feira tivemos no aeroporto de Manaus um incidente gravíssimo. O repórter Fábio Costa foi agredido enquanto estava trabalhando. Pelas informações divulgadas, o repórter estava cobrindo a alteração no horário de vôos, ou seja, uma notícia comum, de interesse da sociedade.
Inexplicavelmente o repórter foi agredido por uma pessoa que estava no local, pessoa essa que também tentou agredir o jornalista Tácio Pierre.
Todos (agredidos e agressor) foram conduzidos ao posto policial do aeroporto e posteriormente à delegacia. Espero que a polícia tome as devidas providências.
Até agora não houve uma explicação sobre o motivo da agressão, e o fato de eu estar aqui dizendo que não houve uma explicação não quer dizer que eu acredite que haja uma justificativa pois entendo que nada justifica agredir profissional a trabalho.
Quando realizava com a minha equipe a programação dos textos da semana foi questionado o fato de eu colocar na segunda um fato que aconteceu na quinta. Pois bem, há uma série de livros do professor zygmund bauman que trata do mundo líquido. Em seus estudos sobre o mundo líquido, entre outras coisas, ele menciona como a informação se dilui de maneira muito rápida. O fato (a agressão) aconteceu na quinta-feira, e no sábado ninguém mais o mencionava.
Agredir jornalistas é grave. É uma agressão à democracia, ao estado de direito, então deixei para falar alguns dias depois justamente para trazer o assunto de volta, afinal, esse assunto não pode cair no esquecimento.
Dois jornalistas foram agredidos, houve nota do sindicato dos jornalistas, há procedimentos em curso junto à polícia e eu espero que tenham o devido resultado pois isso é fundamental para a sociedade.
Toda minha solidariedade ao Fábio Costa e ao Tácio Pierre. Que eles continuem trabalhando da mesma maneira que sempre trabalharam. Não os conheço pessoalmente mas tenho amigos em comum. Tenho respeito pela profissão de jornalista, e lógico, tenho respeito também pelos profissionais.
Espero que isso sirva de paradigma para que continuemos uma caminhada ao estado de civilização pois hoje vivemos uma polarização insana na qual as pessoas entendem que tem o direito de agredir quem pensa diferente.
Repito, eu não sei o que aconteceu lá, mas nada do que pode ter acontecido justifica agredir um profissional da imprensa a trabalho.
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