Justiça determina pagamento de salários ao policial acusado de matar lutador Leandro Lo


24 de junho de 2023
Justiça determina pagamento de salários ao policial acusado de matar lutador Leandro Lo
O policial militar Henrique Velozo e o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – A Justiça paulista determinou que o Estado pague retroativamente cerca de oito meses de salário ao policial militar Henrique Velozo, preso preventivamente acusado de matar o lutador Leandro Lo. O pagamento havia sido suspenso em agosto passado, quando o tenente foi preso, mas retomado após decisão judicial de março.

A sentença, assinada pelo juiz Márcio Ferraz Nunes, confirma a liminar obtida pela defesa do PM e determina pagamento integral do salário até que a ação transite em julgado. De acordo com o Portal da Transparência do governo, Velozo tem salário de R$ 10,8 mil.

“A supressão de vencimentos em razão de prisão preventiva ou cautelar, sem que haja trânsito em julgado, consistiria em antecipação de eventual condenação, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico, por violar o princípio da não culpabilidade, bem como o da irredutibilidade dos vencimentos”, argumentou o magistrado da 16ª Vara da Fazenda Pública.

A suspensão do pagamento utilizou como base o artigo 70 do estatuto dos funcionários públicos de São Paulo, que considera a prisão preventiva como período de afastamento do cargo.

O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, morto em agosto do ano passado pelo policial militar Henrique Velozo, após briga em uma festa (Reprodução/Internet)

Essa regra foi criada em 2007 e já foi derrubada na Justiça outras vezes sob o argumento de inconstitucionalidade. Na sentença, o juiz Nunes citou quatro decisões recentes em que o TJ foi favorável ao pagamento de salário a policiais presos preventivamente.

O tenente Henrique Velozo responde criminalmente por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, perigo comum e emboscada. Ele se entregou à polícia no mesmo dia em que atirou no lutador durante um show no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo. Antes, segundo a investigação, ele passou por uma boate e um motel.

O réu foi interrogado pela Justiça no fim do mês passado pela primeira vez. Segundo o advogado Cláudio Dalledone, o cliente disse que agiu em legítima defesa e explicou ao juiz as circunstâncias que o motivaram.

Velozo segue detido no Presídio Militar Romão Gomes, Zona Norte, até seu julgamento, que ainda não tem data marcada. A defesa do réu acredita que o caso será encaminhado ao Tribunal do Júri. “No plenário do Tribunal do Júri irá se decidir se ele é culpado ou inocente”, disse Dalledone.

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(*) Com informações da Folhapress

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