Com informações Infoglobo
SEUL — O líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou, neste sábado, 14, que a disseminação da Covid-19 colocou o país em uma “grande turbulência” e pediu esforços para superar o surto.
Na últimas 24 horas, o país registrou 21 mortes suspeitas, elevando o total para 27 desde o início do surto. O balanço oficial, porém, não confirma a causa dos óbitos, com apenas uma das mortes tendo como causa confirmada a infecção pela variante Ômicron.
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Na quinta-feira, 12, o governo reconheceu, pela primeira vez desde o início da pandemia, que um caso da doença foi detectado no país e decretou confinamentos em todo o território para evitar a contaminação.
“A propagação da epidemia maligna é uma grande turbulência a atingir nosso país desde sua fundação”, disse Kim durante uma reunião de emergência do Partido dos Trabalhadores, segundo informações da agência de notícias estatal KCNA.
De acordo com a agência, desde o fim de abril mais de 500 mil pessoas relataram sintomas de febre, incluindo 174.440 novos casos na sexta-feira, 13. Durante a reunião do partido, foi relatado também que cerca de 280.810 pessoas estão sob tratamento.
No entanto, o governo não confirma quantas foram testadas nem o número oficial de casos no país.
Segundo o professor da Escola de Medicina da Universidade de Harvard Kee Park, que trabalhou em projetos de saúde na Coreia do Norte, o país está testando apenas cerca de 1.400 pessoas por semana, uma taxa considerada extremamente baixa em relação à população norte-coreana.
Especialistas apontam que isso leva os registros a representarem apenas uma parte dos casos totais. Assim, eles sugerem que o país, um dos únicos dois no mundo sem campanha de vacinação em andamento, pode chegar a milhares de óbitos pela doença.
Segundo a KCNA, Kim se ofereceu ainda para doar suprimentos médicos de sua família para ajudar no combate à Covid-19 e elogiou a experiência chinesa.
“É bom aprender ativamente com os sucessos e a experiência já adquirida pelo partido e pelo povo chinês na luta contra a epidemia maliciosa”, afirmou o líder durante a reunião do Partido dos Trabalhadores.
Na ocasião, Kim culpou a incompetência e irresponsabilidade das organizações partidárias pela situação, mas disse acreditar que a transmissão não é incontrolável e que o país precisa ter fé para superar a crise.
De forma oficial, o país não relatou possíveis fontes do surto. Segundo o site Daily NK, citando uma fonte de Pyongyang, estudantes de uma universidade da cidade teriam testado positivo após participar de um evento em 1º de maio, com a participação do líder norte-coreano.
Especialistas apontam ainda que o grande desfile militar realizado em 25 de abril pode ter sido o responsável pela disseminação da doença na região.
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