Lula cobra ‘investigação rigorosa’ por morte de líder quilombola na Bahia


18 de agosto de 2023
Lula cobra ‘investigação rigorosa’ por morte de líder quilombola na Bahia
Luiz Inácio Lula da Silva e Maria Bernadete Pacífico (Arte: Mateus Moura/Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou, nesta sexta-feira, 18, a morte da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, na Bahia, Maria Bernadete Pacífico. Lula ainda afirmou que, junto aos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, aguarda uma “investigação rigorosa” do crime.

Mãe Bernadete, como era conhecida, foi assassinada a tiros na noite dessa quinta-feira, 17, no terreiro da comunidade Pitanga dos Palmares. O ministro Silvio Almeida determinou o envio das equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para Simões Filho, na Bahia, onde ocorreu o crime, para que todas as providências necessárias sejam tomadas.

Com pesar e preocupação soube do assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada a tiros em Salvador“, disse o presidente em uma publicação na rede social X, antigo Twitter. “O governo federal, por meio dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, mandou representantes e aguardamos a investigação rigorosa do caso“.

Lula lembrou, ainda, que Bernadete cobrava justiça pelo assassinato do filho mais novo, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, morto em 2019 na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. Ele também era uma liderança quilombola e atuava no Território Quilombola de Pitanga dos Palmares. O caso começou sendo investigado pela Polícia Civil, mas foi federalizado há cerca de três anos.

De acordo com a Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia, o presidente ligou para o governador Jerônimo Rodrigues para registrar sua consternação pelo assassinato da líder quilombola.

Recebo a informação de que Yalorixá Bernadete, defensora de DH [Direitos Humanos] e liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, foi assassinada. Determinei o imediato deslocamento das equipes do @mdhcbrasil até Simões Filho, na Bahia. Expresso minha solidariedade aos familiares e à comunidade“, publicou o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

A ministra da Igualdade Racial, fundadora do Instituto Marielle e irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, Anielle Franco, se disse consternada pelo assassinato da líder quilombola. A ministra afirmou, ainda, que Mãe Bernadete foi “morte covardemente”.

Consternada com o assassinato de mãe Bernadete, Yalorixá, ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ela foi morta covardemente na noite desta quinta-feira com tiros no rosto“, publicou no X.

Primeiras informações

A Polícia Federal vai investigar o assassinato da líder quilombola e a corporação afirmou que as investigações ficarão sob sigilo. Uma força-tarefa da Polícia Civil da Bahia também vai apurar o assassinato.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado, o crime foi cometido por dois homens. Os suspeitos entraram no imóvel onde estava Mãe Bernadete usando capacetes e efetuaram disparos com arma de fogo. Ela estava acompanhada dos três netos na hora do crime.

Segundo a Polícia Civil, os assassinos usaram armas de calibre 9 mm, que desde julho voltaram a ser de uso restrito às forças de segurança. A informação foi divulgada pela delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista coletiva, no começo da tarde desta sexta-feira, 18.

Antes de ser assassinada, Bernadete Pacífico já sofria ameaças, que chegaram a ser comunicadas ao governo da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), e também ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela se encontrou com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, na Bahia, no final de julho deste ano, em um evento onde falou sobre violência contra quilombolas.

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