Mais da metade da população brasileira se encontra em situação de insegurança alimentar

O País voltou ao patamar de 30 anos (Divulgacão)
Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – Oito anos depois de o Brasil sair do “Mapa da Fome”, a fome voltou com tudo ao Brasil. Um número ainda mais alarmante: mais da metade da população brasileira (125,2 milhões) se encontra em situação de insegurança alimentar, sendo 33,1 milhões de pessoas (15,5%) em insegurança alimentar grave. Esse dado é do Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O País retornou a patamares de 30 anos atrás.

Os indicadores sobre a fome no Brasil apontam que apenas quatro em cada dez domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação – ou seja, estão em condição de segurança alimentar. Os demais lares são divididos em escala que vai desde os que permanecem preocupados com a possibilidade de não ter alimentos no futuro até os que já passam fome.

Recente pesquisa do Datafolha aponta que um em cada três brasileiros afirma que a quantidade de comida em casa, nos últimos meses, não foi suficiente para alimentar a família. O percentual de eleitores com comida menos que suficiente em casa passou de 26% em maio para 33% em julho.

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Na imprensa e nas redes sociais, esta realidade dura é contada em imagens de paralisar. Multidões disputando ossos e pele de frango, produtos que até um certo tempo atrás eram usados, majoritariamente, para ração animal. Contudo, insegurança alimentar não é um eufemismo para a situação dramática da extrema pobreza, não é uma expressão nova — “gourmetizada”, como dito nas redes — para a fome. De acordo com a Oxfam Brasil, a expressão “segurança alimentar” começou a ser usada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), logo após a Segunda Guerra Mundial. Diz respeito ao indivíduo que não possui acesso físico, econômico e social a alimentos saudáveis e de qualidade para fazer todas as refeições necessárias.

Atualmente, apenas 41,3% dos brasileiros se encontram em situação de segurança alimentar — ou seja, possuem acesso regular e permanente a uma dieta saudável, com mesa farta e geladeira cheia. Entenda a diferença das diversas modalidades de insegurança alimentar.

Insegurança leve: a renda de uma família cai e, em vez de comprar linguiça, eles passam a comprar salsicha.

Insegurança moderada: quando os alimentos começam a faltar na despensa e membros da família passam a pular algumas refeições por economia.

Insegurança grave: : a pessoa não tem o que comer e precisa sair para a rua para tentar conseguir algo para colocar na barriga.

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