Ministra Cármen Lúcia determina remoção de conteúdo que acusa Lula de incentivar abortos


15 de outubro de 2022
Ministra Cármen Lúcia determina remoção de conteúdo que acusa Lula de incentivar abortos
Ministra Cármen Lúcia, do TSE, determina a retirada do ar de informação falsa sobre Lula (Marcelo Camargo/Infoglobo)
Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou neste sábado, 15, que a campanha de Jair Bolsonaro (PL) retire do ar vídeo que acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de incentivar a prática de aborto. A medida também proíbe que o conteúdo seja veiculado por meio de qualquer plataforma.

Cármen Lúcia acatou o argumento da campanha de Lula de que o vídeo tenta influenciar o eleitorado a partir da desinformação, sem base em informações verídicas. O vídeo em questão traz a fala de uma apoiadora que afirma que Lula quer “incentivar a mãe a matar o próprio filho no seu próprio ventre”. Em sua decisão, a ministra afirmou que a Constituição garante a liberdade de expressão, mas ponderou que esse direito não é ilimitado e pode ser alvo de restrição caso comprometa o direito de outras pessoas.

“A propaganda eleitoral gratuita veiculada e sobre a qual se questiona no presente caso apresenta conteúdo produzido para desinformar e tisnar a honra do candidato da coligação representante, constituindo propaganda eleitoral negativa, inaceita no sistema jurídico vigente. A passagem ‘Mas Lula quer mudar a lei e incentivar a mãe a matar o próprio filho no seu próprio ventre’ contém conteúdo falso e distorção de fatos”, afirmou a ministra.

De acordo com Cármen Lúcia, não há comprovação de que Lula tenha prometido ou apresentado projeto de governo para alterar legislação a respeito do aborto. Ela frisa não haver, sequer, elementos que demonstrem a vontade de Lula de reverter o que diz a lei. Atualmente, o aborto é permitido no Brasil apenas em três casos: risco para a mãe; feto anencéfalo e gravidez decorrente de estupro.

“O que se tem é a veiculação de desinformação, mensagem distorcida e ofensiva à honra e à imagem de candidato à Presidência da República, o que pode conduzir, em alguma medida, à repercussão ou interferência negativa no pleito”, decidiu Cármen Lúcia.

O aborto tem sido uma das principais pautas exploradas pela campanha de Jair Bolsonaro para ampliar a vantagem sobre Lula, sobretudo, junto ao eleitorado evangélico, onde o petista encontra desvantagem.

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