Ministra da França sofre ataques machistas após posar Playboy


03 de abril de 2023
Ministra da França sofre ataques machistas após posar Playboy
Marlène Schiappa, secretária de Estado da França, falou sobre direitos da mulher em entrevista à Playboy Imagem: (Getty Images)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – A secretária de Estado da França Marlène Schiappa causou polêmica ao estampar a capa de uma edição da Playboy a ser lançada esta semana. O episódio rendeu à representante críticas por parte do governo e da oposição —ele se dá em meio a mobilizações nacionais contra a impopular reforma da Previdência do governo Emmanuel Macron.

Segundo fontes próximas, a primeira-ministra e rosto da nova legislação, Élisabeth Borne, teria telefonado diretamente para Schiappa para dizer que considerava a sua aparição na revista totalmente inadequada.

Já parte da esquerda chamou o ocorrido de uma “cortina de fumaça” para a movimentação popular, e a incluiu no mesmo caldo que entrevistas recentes do ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, à Têtu, que tenha uma linha editorial ligada à temática LGBTQIA+, e do próprio presidente a Pif Gadget, voltada para crianças.

Jean-Luc Mélenchon, líder do partido ultraesquerdista França Insubmissa e terceiro lugar na última corrida presidencial, afirmou que “a França está saindo dos trilhos”.

Schiappa, 40, integra o governo desde 2017, quando assumiu o então inédito ministério de Equidade de Gênero. Hoje à frente da pasta de Economia Social e Solidária e da Vida Associativa, ela foi ao Twitter se justificar. “A defesa do direito da mulher de expor de seu corpo é realizada em todo lugar, o tempo todo. Com todo respeito aos retrógrados e hipócritas, na França, as mulheres são livres”, escreveu.

O editor da Playboy também saiu em sua defesa, afirmando que ela tinha entendido que a revista erótica não era para velhos machistas e podia sim ser um instrumento da causa feminista. Na entrevista de 12 páginas para o veículo, a ministra falou sobre direitos da mulher, política e literatura —ela é autora de livros eróticos.

Aprovada graças a um dispositivo considerado pouco democrático, a reforma previdenciária eleva a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos, e aumenta os anos de contribuição para acesso à pensão integral de 42 para 43 anos.

A legislação, que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Constitucional, também aumenta a idade mínima de aposentadoria para atividades mais penosas, como policiais e bombeiros, de 57 para 59 anos.

Segundo o governo, a reforma representa uma economia de € 18 bilhões (cerca de R$ 101 bilhões). O movimento é, porém, repudiado pelos franceses, que prezam a qualidade de seu sistema público de segurança social.

(*) Com informações da Folhapress

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