Ministro das Comunicações pede demissão após denúncia da PGR


Por: Cenarium*

08 de abril de 2025
Ministro das Comunicações pede demissão após denúncia da PGR
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu pedir demissão do cargo após denúncias da PGR (Divulgação/Agência Brasil)

BRASÍLIA (DF) – O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu pedir demissão do cargo nesta terça-feira, 8, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sob suspeita de corrupção passiva e de outros crimes relacionados ao desvio de emendas. Juscelino é deputado federal licenciado, eleito pelo União Brasil do Maranhão.

A decisão, tomada por ele em conversa com integrantes do seu partido, foi anunciada a aliados nesta tarde. A carta de demissão já está pronta e aguarda apenas o presidente Lula (PT) pousar em Honduras, onde participará nesta quarta-feira de reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), para ser entregue ao petista e depois divulgada publicamente.

Os dois já conversaram mais cedo por telefone, quado Lula teria sinalizado que saída do governo seria o melhor caminho. O próprio presidente já havia afirmado no ano passado, quando o ministro foi indiciado pela Polícia Federal, que afastaria Juscelino caso ele fosse denunciado pela PGR.

Esta é a sétima queda de um ministro no terceiro mandato do presidente Lula, a primeira por um caso de corrupção, embora tenha ocorrido por acusações anteriores ao trabalho dele no Executivo.

Ainda não há um sucessor claro para ele no ministério, mas o União Brasil quer manter o comando da pasta e rejeita a possibilidade de deslocamento do ministro do Turismo, Celso Sabino (União), para lá. O governo estuda entregar o Turismo ao PSD e deixar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o União, mas a sigla quer se apressar a indicar o sucessor de Juscelino para evitar isso.

Nesta terça-feira, o principal cotado para sucedê-lo é o líder da bancada na Câmara, o deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA). Ele estaria trabalhando para assumir o cargo, mas a escolha é vista com ressalvas no partido porque isso deflagraria uma nova disputa pelo comando da sigla na Câmara.

Pedro Lucas e o presidente do União, Antonio Rueda, levaram mais de três meses para costurar o acordo que o levou à função, diante de divisões internas e de pressão da ala que quer fazer oposição ao governo.

O parlamentar de 46 anos está em seu seu segundo mandato e rivaliza com Juscelino em seu Estado, o Maranhão. Ele é do grupo do antigo PSL, que se fundiu com o DEM na criação do União Brasil, e da ala da sigla que defende a aliança com Lula. Integrantes da sigla dizem que o novo ministro sairá do grupo mais próximo de Rueda, mesmo que não seja Pedro Lucas.

Como a Folha mostrou, ministros do governo falavam em uma expectativa de que Juscelino tomasse a iniciativa de deixar o cargo para se defender no exercício do mandato de deputado federal. Interlocutores do presidente da República diziam ainda que o movimento de deixar o cargo, partindo de Juscelino, livra o petista de constrangimentos.

A saída do ministro também era esperada por integrantes da cúpula da Câmara dos Deputados e até mesmo por aliados do político.

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(*) Com informações da Folha de São Paulo

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