Motoristas de vans protestam contra decreto que reduz lotação de passageiros em Manaus
28 de julho de 2020
Motoristas buscam uma alternativa diante da limitação do transporte de passageiros em vans (Carolina Givone/Revista Cenarium)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Motoristas do transporte de passageiros em vans da região Metropolitana de Manaus realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira, 28, em frente à sede da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam), localizada em um edifício da avenida Álvaro Maia, zona Centro-Sul de Manaus. A categoria reivindica a suspensão de uma lei governamental que limita em até 50% a capacidade dos veículos.
O protesto começou por volta das 10h desta quarta. Ao todo, cerca de 60 motoristas participaram do ato. A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) chegou a ser acionada pela recepção do prédio, para evitar aglomeração e maiores transtornos.
De acordo com Dayvson Pereira, representante do ‘Vanzeiros de Manaus’, os passageiros são da mesma família na maioria dos casos e a medida vem fazendo com que as viagens deixem de acontecer.
Motoristas protestam na sede da Arsepam em Manaus. (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)
“Não tem necessidade limitar em até 50%, uma vez que essas pessoas já convivem diariamente juntas no mesmo lar, então por que ele não poder ir no sítio dele, alocar os nossos serviços para levar a família dele. Volto a afirmar, é um decreto que não se aplica à peculiaridade da nossa categoria”, afirmou.
O motorista Antônio de Almeida, 57, que trabalha com van desde 1993, pontuou que cada veículo tem capacidade para até 15 passageiros e com as poucas vagas que podem ser disponíveis, os serviços estão deixando de serem contratados pelas famílias, fazendo com que os condutores fiquem sem renda para o próprio sustento.
O motorista de van,Antônio de Almeida, durante a manisfestação. (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)
“A limitação está nos prejudicando, enquanto que as outras empresas de ônibus a lotação está normal. Estamos quatro meses sem trabalhar. Com a pandemia, veio o decreto e as famílias não querem mais ir, elas não aceitam. Precisamos de uma alternativa”, finalizou.
Decreto
De acordo com a portaria 023/2020, publicada no dia 29 de maio deste ano, no Diário Oficial do Amazonas, as atividades de transporte por fretamento operacionalizados por ônibus e micro-ônibus, incluindo os modelos de vans e similares, voltaram a ativa, porém, para evitar a propagação do novo Coronavírus, empresas e passageiros devem por em prática cuidados de saúde e higiene obrigatórios e essenciais.
Entre as medidas preventivas estão a obrigatoriedade do uso de máscaras para entrar no veículo e durante todo o percurso da viagem; limitação da capacidade de transporte do veículo em 50%, considerando apenas passageiros sentados; orientação de funcionários e passageiros sobre as medidas preventivas adotadas pela empresa.
A portaria também pede para que os donos de veículos verifiquem a temperatura dos passageiros antes deles entrarem no veículo; disponibilizem aos passageiros álcool em gel; e reforcem os procedimentos de limpeza e higienização interna nos transportes. Em caso de irregularidades, a Arsepam disponibiliza o contato telefônico da ouvidoria (92) 98408-1799.
Arsepam
De acordo com a chefe do departamento jurídico da Arsepam, Evelinn Flores, foi solicita aos motoristas que seja formalizada uma proposta com todas as reivindicações da categoria para que o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 analise e aceite ou não.
Evelinn Flores, chefe do departamento jurídico da Arsepam (Bruno Pacheco/Revista Cenarium)
Segundo ela, os motoristas querem a liberação em 100% no transporte de passageiros, mas, ela pontua que é uma reivindicação que poderá não ser atendida, pois é uma decisão que precisa de amplo acordo com as entidades sanitárias.
“Todas as decisões, neste momento, envolvendo o transporte rodoviário e fluvial são tomadas perante um comitê, onde órgãos de várias instâncias deliberam ações e que a Arsepam também faz parte. Embora eles tenham nos procurado, é uma decisão que não pode ser tomada somente por um membro do comitê. Eles irão formalizar a proposta, sobre o que a categoria quer. Assim que nos entregue, levaremos ao comitê e vamos aguardar o que o colegiado irá decidir”, disse à REVISTA CENARIUM.
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