MP denuncia influenciadora que relacionou tragédia no RS com religiões de matriz africana


18 de maio de 2024
MP denuncia influenciadora que relacionou tragédia no RS com religiões de matriz africana
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denunciou a influenciadora Michele Dias Abreu, de 43 anos, por intolerância religiosa, por associar a tragédia no Estado do Rio Grande do Sul a religiões de matriz africana.

Michele publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que as enchentes causadas pelas chuvas que causou a morte de 154 pessoas é resultado da “ira de Deus”, devido à grande quantidade de “terreiros de macumba” no Estado. O vídeo chegou a três milhões de visualizações, segundo o Ministério Público.

“O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido à ira de Deus. As pessoas estão brincando […] misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém”, afirmou a influenciadora.

Na denúncia, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira afirma que, ao proferir esses dizeres, na condição de titular de perfil público e com milhares de seguidores, além de praticar o crime, a mulher também induziu outras milhares de pessoas.

O MPMG também pede que a mulher fique proibida de sair do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul. Após a repercussão negativa, a influenciadora privou as redes sociais. Em seu canal em uma plataforma de vídeos, a acusada se apresenta como diretora de uma rede de laboratórios em Minas Gerais.

Punição para intolerância

As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de quem não respeita a liberdade de crença. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, só em 2022 foram 1.200 ataques – um aumento de 45% em relação a 2020.

A punição para crimes de intolerância religiosa no Brasil é a mesma prevista para o crime de racismo. Em janeiro de 2023, o presidente Lula (PT), sancionou a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível

Leia mais: Racismo religioso e intolerância religiosa: qual a diferença entre os crimes?
(*)Com informações da Carta Capital

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