MPF acompanha ações adotadas em caso de assassinato de ambientalistas no Pará
18 de janeiro de 2022
Registro mostra família. (Reprodução)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) instaurou um procedimento administrativo nesta terça-feira, 18, para acompanhar as providências adotadas pelos órgão públicos em relação ao assassinato da família de ambientalistas no município de São Felix do Xingu, interior do Estado. O crime teria acontecido no dia 9 deste mês, mas os corpos de José Gomes, conhecido como ‘Zé do Lago’, da mulher dele, Márcia Nunes Lisboa, e da filha do casal, Joene Nunes Lisboa, só foram encontrados em 11 de janeiro.
A portaria do procedimento foi publicada no Diário Oficial do MPF e assinada pelo procurador da República Rafael Martins da Silva. O documento determina ainda que a Divisão de Homicídios de Marabá e o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) da Polícia Civil de Redenção esclareçam as ações tomadas tanto para elucidação do caso quanto para proteção da família das vítimas e demais defensores dos direitos humanos da região.
Documento está publicado no Diário Oficial do MPF (Reprodução)
A família de Zé do Lago vivia na região da Cachoeira da Mucura, em São Felix do Xingu, há mais de 20 anos, onde era conhecida pelo trabalho ambiental de proteção de quelônios. O assassinato das vítimas aconteceu em local próximo à residência deles, com suspeita de atuação de pistoleiros.
O filho do ambientalista Zé do Lago descobriu o crime após encontrar a família morta. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver um dos corpos flutuando no rio Xingu, outro caído próximo à água e o terceiro descalço em uma poça de lama. Para o MPF, o crime está inserido em um contexto de reiterados ataques a ambientalistas e defensores dos direitos humanos no Brasil.
O caso ganhou repercussão nacional e internacional, como no jornal britânico The Guardian e na Anistia Internacional, que pediram providências às autoridades brasileiras ao emitir, em um comunicado público, indignação com o assassinato.
Acompanhamento
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), nas redes sociais, lembrou da importância das autoridades policiais do Pará para que não meçam esforços para elucidar o crime e punir os assassinos, inclusive pedindo ajuda da Polícia Federal.
Ainda não se sabe por qual razão, mas uso esse espaço para dizer que é fundamental que as autoridades policiais do Estado do Pará peçam às de São Félix do Xingu que não meçam esforços para elucidar esse crime e punir os assassinos, inclusive pedindo ajuda da polícia federal.
Somente nas últimas quatro décadas, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), 62 trabalhadores rurais e lideranças comunitárias foram mortos em conflitos de terra no São Félix do Xingu. Por conta disso, o Ministério Público Federal considera a necessidade de acompanhar o trabalho dos órgãos de segurança pública e de avaliar a proteção da família das vítimas.
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