MPF pressiona Incra para concluir assentamento no Pará em até 60 dias


11 de março de 2024
MPF pressiona Incra para concluir assentamento no Pará em até 60 dias
PA Jacaré, situado em Jacareacanga, no sudoeste do Pará (Reprodução/Agência Brasil)
Raisa Araújo – Da Revista Cenarium

BELÉM (PA) – O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à União e ao Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) que elabore, em um prazo de 60 dias, um plano operacional para efetivar o Projeto de Assentamento (PA) Jacaré, situado em Jacareacanga, no sudoeste do Pará. O plano deve conter cronograma com as datas para realização de cada uma das ações previstas.

De acordo com a recomendação, o MPF instaurou inquérito civil, em 2020, para acompanhar a regularização fundiária e a implementação do PA Jacaré. Esse inquérito teve origem em solicitação da Câmara Municipal de Jacareacanga, que pedia providências para garantir o direito de ir e vir dos agricultores do assentamento, o levantamento de seus ocupantes, a entrega dos respectivos títulos pelo Incra e a abertura das vias de acesso ao PA.

De acordo com o MPF, o Incra afirmou que, além de realizar a demarcação das porções de terra, o Projeto de Assentamento Jacaré necessita de uma inspeção de supervisão ocupacional. Essa medida visa regularizar a situação dos ocupantes que se enquadram no perfil do Programa de Reforma Agrária e recuperar as áreas ocupadas por indivíduos que não fazem parte desse programa.

De acordo com o instituto, a escassez de recursos e a deficiência no quadro de servidores estão impedindo a execução dessas ações.

Para a procuradora da República Thaís Medeiros, autora da recomendação, “o excessivo prolongamento da conclusão da implementação do PA Jacaré caracteriza o descumprimento dos preceitos da reforma agrária, estimula o crescimento da desigualdade social e impossibilita que os trabalhadores rurais, legítimos beneficiários do PA Jacaré, tenham acesso às políticas públicas que lhes são devidas”.

Criado em 1997 com o propósito de acomodar quase 300 famílias em uma área de 27 mil hectares, o projeto enfrenta uma ausência de implementação efetiva e permanece sem condições para titulação. O local tem sido palco de conflitos, incluindo casos de tentativa de homicídio, em virtude de disputas territoriais.

Em resposta, o Incra comunicou ter “recebido a recomendação do MPF” e assegurou que seguirá os procedimentos internos necessários para apresentar sua posição ao órgão no devido tempo.

Leia a recomendação do MPF na íntegra:
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Editado por Jefferson Ramos
Revisado por Adriana Gonzaga

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