Musa inaugura exposição que retrata animais que viveram na Amazônia há mais de 112 milhões de anos


03 de abril de 2021
Musa inaugura exposição que retrata animais que viveram na Amazônia há mais de 112 milhões de anos
Filippo Stampanoni é o novo diretor geral do Museu da Amazônia. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUSO Museu da Amazônia (Musa) inaugurou, neste sábado, 3, uma exposição sobre os bichos pré-históricos que habitaram a Amazônia, entre eles um Amazonsaurus maranhensis, que viveu há pelos menos 112 milhões de anos na maior floresta tropical do mundo.

O público que desejar visitar o espaço terá o privilégio de fazer uma viagem no tempo. Trata-se da exposição “Passado Presente – Dinos E Sauros da Amazônia”, dedicada à memória da geógrafa e paleontóloga Rosalie Benchimol, professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e é resultado de expedições que começaram a ser realizadas ainda em 2019 em um dos maiores sítios paleontológicos da Amazônia, o Sítio Cajueiro em Boca do Acre (AM), na formação Solimões.

“A abundância e a qualidade da preservação dos fósseis localizados nesta área permitem ao Museu da Amazônia apresentar uma exposição única, incluindo fósseis de aves, que são pequenos e delicados, dificilmente descobertos”, destacou a paleontóloga Lucy Gomes.

Atrações

Uma das atrações é o Amazonsaurus maranhensis uma espécie de saurópode, aqueles dinossauros com pescoço bem comprido, é o vovô da exposição que viveu pela Amazônia há pelo menos 110 milhões de anos.

“A gente tem de lembrar o seguinte: que quando esses bichos viviam não havia barreira física, então, o pessoal que vivia no Maranhão, vivia aqui, vivia no norte do Mato Grosso, vivia no Pará, é toda uma situação da era endêmico da região e é uma das espécies de saurópode que temos aqui, existem outras e em breve a gente vai fazer a reconstituição dele em vida, não em esqueleto, mas em carne, para colocar do lado de fora para as pessoas poderem comparar os dois exemplares para saber o que tem dentro de um dinossauro”, disse Carlos Scarpini, paleoartista construtor de réplicas.

Amazonsaurus maranhensis foi encontrado no Maranhão há mais de 112 milhões de anos (Ricardo Araújo/Revista Cenarium)

Outro bicho reproduzido é o Purussaurus Brasiliensis, um parente dos jacarés que viveu há cerca de sete milhões de anos atrás e que chegava a 13 metros de comprimento, o maior crocodiliano do mundo.

E que tal a Eremotherium Laurillardi, uma preguiça-gigante que adulta teria seis metros de altura, do focinho à extremidade da cauda pesava cinco toneladas. durante milhões de anos a preguiça-gigante foi um dos maiores animais a habitar a Amazônia, a espécie é semelhante a uma preguiça-real.

Confecção

O Amazonsaurus maranhensis exposto no Musa levou aproximadamente seis meses para ser confeccionado e montado. A reprodução foi feita em polímero pelo paleoartista Carlos Scarpini com base no estudo de alguns fragmentos descobertos pelo paleontólogo professor Ismar Carvalho da UFRJ, no Maranhão.

Para a reprodução do Purussaurus brasiliensis, por se tratar da primeira vez em que tal espécie é reconstruída osso por osso em tamanho real, foram necessários vários meses de trabalho durante os anos de 2020 e 2021, primeiro buscando a fundamentação anatômica para em seguida seus ossos serem reconstruídos da forma mais correta e científica possível. Este foi um trabalho feito por muitas mãos, sendo a parte teórica conduzida pelo professor doutor Jonas Souza Filho da Universidade Federal do Acre e a doutora Lucy Gomes de Souza (Musa), enquanto que a escultura foi feita por Maria Alice Matusiak e por Roberto Suarez e Raul Perigo de Oliveira (Musa).

Purussaurus brasiliensis (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

A preguiça-gigante (Eremotherium laurillardi) adulta teria 6 metros de altura do focinho à extremidade da cauda e pesava 5 toneladas. Durante milhões de anos a preguiça-gigante foi um dos maiores animais a habitar a Amazônia, a espécie é semelhante a uma preguiça-real (Choloepus didactylus). Sua réplica é resultado de uma parceria com o paleoartista Bruno Garzon e a PUC Minas/Museu de Ciências Naturais sob a supervisão do paleontólogo doutor Castor Cartelle.

A preguiça-gigante (Eremotherium laurillardi) adulta teria 6 metros de altura. (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Agendamento

A exposição “Passado Presente – Dinos e Sauros da Amazônia” foi financiada pela empresa Bemol, por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), implementado pela Lei Rouanet.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, todas as visitas ao Museu da Amazônia são feitas por agendamento por meio do e-mail: agendamento@museudaamazonia.org.br.

Edição: Alessandra Leite

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