Musa: um pedaço da floresta localizado no meio da cidade de Manaus
06 de setembro de 2020
Turista contempla a beleza amazônica da torre no Musa.(Divulgação/Arquivo Pessoal)
Luciana Bezerra – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Museu da Amazônia (Musa) é uma opção turística para quem deseja fazer uma aventura na selva, sem sair de Manaus. Aliás, a capital do Amazonas, banhada pelos rios Negro e Solimões com um povo gentil e hospitaleiro, tem a natureza a seu favor e a maior floresta tropical do mundo aos seus pés, quer dizer ao seu dispor. Aqui, tem roteiros para todos os gostos, bolsos e disposição.
Converse com qualquer manauara e logo ele vai querer te apresentar o Teatro Amazonas, a Ponta Negra, o Largo São Sebastião, o Musa, a variedade de peixes e pratos regionais, as cachoeiras de Presidente Figueiredo e, por aí vai. Parafraseando o violonista concertista, pianista, compositor e poeta, natural de Maués, Júlio Hatchwell – ‘Quem vem passear em Manaus quer ficar, quem vive em Manaus ama esse lugar’.
Lago de vitórias-régias é uma das atrações do Musa (Vanessa Gama/Divulgação Musa)
O clima, modéstia à parte, é outra característica peculiar da cidade. Há quem diga que em pleno verão amazônico – período que vai de junho a novembro, 30 graus na sombra, é frio. O calor é tanto que Manaus é apresentada pelos moradores como a capital do mormaço. Contudo, os turistas que buscam a Amazônia, só pensam numa coisa: contato com a floresta, pássaros, árvores centenárias e exuberantes. Todavia, nem todos os visitantes têm a oportunidade de usufruir de um roteiro de aventura pela imensidão verde da floresta.
Mas nem tudo está perdido. Se você está de passagem ou tem poucos dias na cidade, a dica é visitar o Musa, localizado na Zona Norte de Manaus e a cerca de 45 minutos de carro, da área central da cidade.
Musa e suas atividades
O Musa é o maior fragmento de floresta primária dentro de uma área urbana do País e que atrai turistas do mundo todo interessados em conhecer a mata de perto e sentir um pouco da aventura que a Floresta Amazônica proporciona, sem claro, abrir mão do conforto da cidade.
A entrada do museu localizado no coração da cidade (Vanessa Gama/Divulgação Musa)
Entre as atividades, estão a visita guiada na floresta, a subida na torre de observação, o lago de vitórias-régias, o aquário de peixes amazônicos e o serpentário. No local é possível ainda ver de perto árvores centenárias como o angelim-pedra, com 45 metros de altura (pode chegar a 65 metros), com idade estimada em cerca de 600 anos – a única árvore concorrente é a samaúma (ou sumaúma), considerada o símbolo da Amazônia e que pode chegar até 75 metros.
Entretanto, a subida na torre é o ponto principal desta aventura. São 42 metros de altura, 242 degraus e uma minitrilha com insetos e animais peçonhentos. Porém, compensada quando se chega ao ponto mais alto, com uma paisagem fantástica da cidade de Manaus e do majestoso verde da floresta.
A ideia é contemplar a paisagem da floresta, porém, sem usufruir do contorno da cidade (Vanessa Gama/Divulgação Musa)
Do alto, o turista vai apreciar o visual com os olhos de pássaros e passar o tempo que quiser deleitando-se com inúmeros tons de verdes exibidos pelas árvores. Além, de ver o baile dos tucanos, araras e outras diversidades de pássaros que habitam a região.
O visitante vai percorrer algumas trilhas para chegar até atrações do museu (Vanessa Gama/Divulgação Musa)
A sugestão é subir a torre devagar, sem pressa e, acompanhar a altura das árvores passo a passo, são duas plataformas até o topo principal da estrutura de aço, que comporta aproximadamente 30 pessoas ao mesmo tempo. A torre convida o visitante também a observar o nascer do sol, às seis horas da manhã, o pôr do sol, de 17h30 às 18h30, conforme a época do ano. Ou ainda, contemplar o panorama noturno do céu da Amazônia repleto de estrelas, como faz vez ou outra, o grupo de astrônomos e amadores da atração.
A visão de diferentes ângulos, do alto da torre de aço de 42 metros e 242 degraus (Vanessa Gama/Divulgação Museu)
De acordo com a funcionária pública Georgiana Pires, amazonense e pela primeira vez no museu, é um roteiro diferente. “O Musa é uma das melhores atrações sem sair da cidade para quem quer vivenciar uma experiência na Floresta Amazônica. Apesar de moradora, sempre adiei esta visita. Mas hoje decidi vir e trazer minha filha para curtir o Musa”.
Já para o engenheiro paulista Paulo Grant, é uma oportunidade de conhecer a floresta para quem vem a trabalho, sem sair da cidade. “Minha primeira vez em Manaus. Vim a trabalho. Como cheguei à noite, infelizmente não pude ver a floresta de cima e quando soube do museu, nem pensei, corri para cá, pois estou voltando para São Paulo hoje à noite. Agora vou poder dizer para todos que conheci um pedaço da selva amazônica de perto, porque na selva de concreto eu convivo diariamente”, brinca Grant com semblante de felicidade.
O Início
Criado em 2009, o museu ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, área de mata nativa, que vem sendo estudada há mais de 60 anos por pesquisadores. No mesmo espaço, o museu convive harmonicamente, desde 2002, com o Jardim Botânico, que leva o nome da reserva e, que veio agregar algumas áreas de intervenção humana voltados para pesquisas. Com atividades como: o viveiro de orquídeas e bromélias, laboratório experimental de borboletas e exposições sobre a cultura indígena e a diversidade répteis, insetos e animais comuns na região.
Segundo o diretor do museu, Ennio Candotti, o espaço é um diferencial dentre as atrações turísticas da região. “O Musa é um museu vivo, um teatro-floresta onde podemos ver os atores, as plantas, os pássaros e os insetos representar o jogo da vida, lá onde nascem se transformam e multiplicam. E o Musa propõe que essa área de preservação seja conhecida pelas pessoas, pois essa é a melhor forma de preservar a floresta”.
Candotti destacou também que o Musa recebe cerca de cinco mil pessoas por mês.
Museu da Amazônia
Horários: abre todos os dias (exceto às quartas-feiras que é dia de manutenção) de 8h30 às 16h. Endereço: Avenida Margarida s/nº – bairro Cidade de Deus, Manaus Ingressos: são vendidos na bilheteria do museu. Estudantes e idosos pagam meia; e para crianças até 5 anos é gratuito. Já os moradores de Manaus devem levar um comprovante de residência impresso e nominal acompanhado de um documento oficial com foto para ter direito à meia-entrada. Contatos: (92) 99280.4205 ou www.museudaamazonia.org.br
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.