Neurofeedback na prática clínica

Trabalhar com Neurofeedback tem sido uma experiência diferenciada e significativa, visto que o Instituto de Neuropsicologia do Amazonas (Inepam) tem o pioneirismo como guia de sua caminhada na região Norte do Brasil. Ao atender pacientes com distúrbios, síndromes neurológicas e psicológicas que seguem diversos tipos de tratamentos, terapias e utilizam medicamentos, também identificamos as necessidades e possibilidades para introdução do tratamento alternativo ‘Neurofeedback’. Com as pesquisas e resultados significativos em meus pacientes, a cada dia que passa tenho a certeza que reabilitar cérebros é o meu objetivo de vida, e com isso caminho junto ao avanço da Neurociência na Amazônia.

É sempre importante salientar que este é um tratamento não invasivo e não medicamentoso, sendo que, em muitos casos, até auxilia no desmame de determinadas medicações. Esta é uma terapia complementar e alternativa, o principal objetivo é potencializar a função cerebral do indivíduo, aprimorando áreas que se encontram disfuncionais, dando suporte e condicionando para que a pessoa aprenda a controlar as ondas cerebrais, alterando estados mentais e, melhorando assim, seu desempenho.

Para realizar as consultas é necessário utilizar equipamentos eletrônicos de alta tecnologia que proporcionam um feedback instantâneo em tempo real (geralmente auditivo e visual) sobre sua atividade de ondas cerebrais. Há uns anos, esse foi meu grande investimento ao trazer pela primeira vez a Manaus métodos e equipamentos que possibilitasse a realização do Neurofeedback.

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Cada frequência cerebral é importante para realizarmos nossas atividades cotidianas e cada uma delas apresenta características diferentes de estado emocional e psicológico. Por exemplo: é preciso de ondas cerebrais lentas para estar em relaxamento, sono. Mas também é necessário ondas rápidas para realização de atividades de raciocínio e concentração, através de um software específico onde na tela são emitidos estímulos visuais e/ou sonoros com o objetivo de reforçar ou inibir padrões de funcionamento das ondas cerebrais, com isso criar um processo de aprendizagem que permite a autoregulação do cérebro.

A automodulação de padrões de ativação, que envolve a ativação em áreas específicas do cérebro, é um dos principais mecanismos pelos quais os pacientes aprendem a regular a imagem mental. Demonstrou-se que imagens positivas repetidas aumentam a tendência de interpretar situações ambíguas como mais positivas e induzir humor positivo em participantes saudáveis.

Em casos de distração, o cérebro deve ser treinado para trabalhar a atenção. Se a intenção do treinamento for aumentar a capacidade de concentração, por exemplo, o neurofeedback detecta as ondas cerebrais de distração. Em casos em que o indivíduo for ansioso, será detectado padrões de ondas de estabilidade e treina o cérebro a diminuí-las.

Para definir os processos de treinamento do cérebro é preciso ser feito protocolos personalizados, ou seja, variam de acordo com a necessidade de cada um. Primeiramente é necessário avaliar a queixa do paciente através de uma consulta de avaliação e identificar seus padrões de funcionamento, assim é possível definir o protocolo de treinamento: número de sessões, duração de cada sessão e o número de ondas cerebrais que serão estimuladas.

Um exemplo prático de diagnóstico com Autismo moderado, o plano de tratamento é de 90 sessões com estratégias de 2x por semana em 2 horas de estimulação; para Autismo severo a estratégia deve ser de 3 vezes por semana em 3 horas de estimulação. Se necessário deve-se utilizar a técnica de neuromodulação clínica não incisiva, tDCS associado ao neurofeedback, terapia para os casos de desmame medicamentoso.

É importante ressaltar que o Neurofeedback não possui contra indicação e os resultados são positivos, também podem ser otimizados de acordo com o nível de treinamento e, após um certo nível de treino, tem efeitos duradouros, pacientes que não falam começam a falar, por exemplo.

*Conceição Barbosa é psicóloga e neuropsicóloga amazonense formada pela Clínica Rede Napen – (USP) em Neuromodulação e Neurofeedback/Biofeedback pela Brain-Trainer USA. É fundadora do Instituto de Neuropsicologia do Amazonas (Inepam) e foi pioneira no serviço de Reabilitação Neurocognitiva associado à neuromodulação clínica na Região Norte.

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(*)Conceição Barbosa é psicóloga e neuropsicóloga amazonense formada pela Clínica Rede Napen – (USP) em Neuromodulação e Neurofeedback/Biofeedback pela Brain-Trainer USA. É fundadora do Instituto de Neuropsicologia do Amazonas (Inepam) e foi pioneira no serviço de Reabilitação Neurocognitiva associado à neuromodulação clínica na Região Norte.

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