No AM, duas cidades voltam a determinar uso obrigatório de máscaras por conta da Covid-19

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em meio ao aumento no número de casos da Covid-19 no Amazonas, duas cidades do interior do Estado voltaram a decretar o uso obrigatório de máscaras. Em Rio Preto da Eva (a 81 quilômetros de Manaus), a determinação é para que o item de proteção e prevenção contra a disseminação do vírus seja utilizado em ambientes fechados.

No Careiro da Várzea (a 21 quilômetros da capital), a obrigatoriedade do uso de máscaras se dá em todas as unidades escolares da rede pública e privada de ensino municipal e no transporte escolar. A medida é válida até 12 de agosto deste ano e abrange, também, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades Básicas de Saúde Fluvial (UBSF) e o Hospital Municipal da cidade.

Veja também: Quarta onda: Amazonas volta à fase laranja da Covid-19 e vê aumento expressivo de infecções

Os decretos foram publicados nas edições de terça-feira, 12, e desta quarta-feira, 13, no Diário Oficial dos Municípios (DOM), e visam a conter a disseminação do coronavírus após o Amazonas voltar a fase laranja da pandemia, que representa o risco moderado de transmissibilidade da doença e exige atenção. Além disso, especialistas afirmam que o Estado já enfrenta a quarta onda do vírus.

Covid-19

Com 6.736 casos confirmados de Covid-19 em Rio Preto da Eva até essa terça-feira, 12, e contabilizando 86 mortes, a prefeitura destacou que o município vive o período de sazonalidade de maior circulação de vírus respiratórios e recomendou, ainda, o uso de máscaras por pessoas com 70 anos de idade ou mais, em qualquer ambiente, bem como por pessoas com comorbidades, imunossuprimidos e com sintomas gripais em toda a cidade.

A prefeitura também determina a implementação de medidas com campanhas publicitárias que promovam a aceleração da vacinação da população, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal e evitar o aumento de casos de Covid-19, além de internações e óbitos causados pela doença. As medidas foram propostas pelo comitê municipal intersetorial de combate e enfrentamento ao coronavírus.

Aumento expressivo

Já no Careiro da Várzea, a prefeitura destaca que observou um aumento expressivo no número de casos de pessoas com síndrome gripal e positivadas para a pandemia no município. “Mesmo com todas as doses do ciclo vacinal completo, existem casos positivos para Covid-19”, diz a prefeitura, em trecho do decreto publicado no DOM.

Além de tornar obrigatório o uso de máscaras, a Prefeitura do Careiro da Várzea recomendou aos estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes ou locais com eventos sociais, com circulação ou aglomeração de público, a utilização de álcool em gel e o uso de máscara e distanciamento social.

Quarta onda

O Amazonas enfrenta a quarta onda da pandemia, é o que vem afirmando o cientista e epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia. Segundo o especialista, o aumento no número de casos da pandemia no Estado já era esperado, dada a constante evolução do novo coronavírus, em especial, das mutações mais contagiosas, como os descendentes da variante Ômicron e os relaxamentos fomentados por autoridades sanitárias.

Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) mostram que a média móvel diária de casos de Covid-19 no Amazonas teve alta de 756% no período de 14 dias (22 de junho a 5 de julho deste ano). O salto foi de 48 para 411 nesse intervalo de tempo, segundo o novo boletim da Situação Epidemiológica da Covid-19 no Estado, disponível neste link.

Somente no interior do Amazonas, a FVS-RCP observou o aumento de 1.033% da média diária de casos de Covid-19, subindo de nove para 102 casos. Em Manaus, o crescimento foi de 692% (de 39 para 309 casos). A pasta também alertou que houve alta na ocupação de leitos hospitalares, de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e leitos clínicos, das redes pública e privada de saúde destinados para pacientes diagnosticados com a pandemia. 

“De 22 de junho a 5 de julho, a ocupação variou de cinco para 12 leitos de UTI e de dez para 57 leitos clínicos. No mesmo período de 14 dias analisados, houve dois óbitos, em Manaus, ocorridos em 26 de junho e 4 de julho”, informou a FVS-AM.