Nobel de Química 2020 premia pela primeira vez dupla feminina por pesquisa de edição genética

À esquerda, a microbiologista francesa Emmanuelle Charpentier e à direita, a professora norte-americana Jennifer Doudna posam para foto (Divulgação/Reuters)

Da Revista Cenarium*

ESTOCOLMO — As cientistas Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna venceram o Prêmio Nobel de Química de 2020 pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma, informou o órgão que concede a premiação nesta quarta-feira, 7. É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel de Química.

“Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna descobriram uma das principais ferramentas da tecnologia genética: a tesoura genética CRISPR/Cas9”, disse a Real Academia Sueca de Ciências em comunicado para anunciar o prêmio de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a 1,1 milhão de dólares.

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Charpentier, geneticista francesa e diretora do Instituto Max Planck de Biologia de Infecções em Berlim, se dirigiu à imprensa logo após o anúncio, e falou sobre ela e Doudna, professora americana da Universidade da Califórnia em Berkeley, serem as primeiras mulheres a ganharem conjuntamente o prêmio.

“Eu gostaria de passar uma mensagem positiva a meninas que gostariam de seguir o caminho da ciência. Acho que nós mostramos a elas que, em princípio, uma mulher na ciência pode ter impacto na ciência que elas estão fazendo. Espero que Jennifer Doudna e eu possamos passar uma mensagem forte às meninas”. O valor de cerca de R$ 6,3 milhões vai ser dividido entre as vencedoras.

As duas criaram uma técnica que se tornou popular no mundo da biologia molecular e da medicina, denominada CRISPR/Cas9. Elas fizeram uma descoberta a partir do estudo de mecanismo de defesa de bactérias, que possibilitou alterar o código genético de seres vivos, que consiste em “tesouras genéticas” para editar DNA.

O comitê do Nobel justificou a decisão: “[a técnica] revolucionou as ciências moleculares da vida, trouxeram novas oportunidades para cultivo de plantas, contribuiu com terapias inovadoras contra o câncer e torna real a esperança de curar doenças hereditárias”.

(*) Com informação da Reuters.

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