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Nos primeiros dias de vida, meninas podem ter sangramentos iguais ao da menstruação
O sangramento acontece, ainda, na primeira semana de vida (Freepik)
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29 de outubro de 2022
Com informações do Infoglobo
RIO DE JANEIRO – Apesar de pouco frequente, não é anormal que recém-nascidos do sexo feminino tenham uma ‘minimenstruação’ durante os primeiros dias de vida. Chamado pelos médicos de sangramento vaginal, é consequência da interrupção da transferência de hormônios maternos, como o estrogênio, no momento do nascimento da criança.
Assim como a placenta permite a passagem de nutrientes entre mãe e feto, os hormônios também migram para o bebê por meio do mesmo mecanismo. O sangramento acontece, ainda, na primeira semana de vida. A professora de neonatologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a presidente do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Licia Moreira, afirma que o sangramento é uma consequência da interrupção da transferência de hormônios.
“Às vezes, os pais ficam assustados e é natural que fiquem. Quando ocorre o parto, a circulação placentária é interrompida e, evidentemente, a criança não recebe mais essa carga hormonal. Tem crianças que, realmente, apresentam, depois de dois, três dias, após o parto, esse sangramento”, explica Licia.
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O sangramento nas recém-nascidas dura em média quatro dias, tem uma coloração amarronzada e acontece em pequena quantidade. Apesar de ser comum, a neonatologista diz que é importante os pais estarem atentos para se certificarem de que não é algum outro problema.
“Os pais precisam observar se é realmente sangramento vaginal, não é anal. Observar se não foi um machucado ou algo assim”, diz Licia.
Diferentes manifestações
A interrupção da transferência de hormônios entre mãe e feto se manifesta também nas mamas dos recém-nascidos por meio do ingurgitamento mamário — enchimento das mamas com leite. Diferente do sangramento, pode acontecer também no sexo masculino.
Nessa manifestação, há um aumento no volume das mamas dos bebês, por onde sai um líquido leitoso. Antigamente, era conhecido como leite das bruxas, era comum receber recém-nascidos com abcesso mamário, pois as pessoas tentavam espremê-los para retirar o líquido e acabar com o inchaço. Mas a professora da UFBA adverte que não é preciso fazer nada, apenas esperar.
“Desaparece com o tempo, não precisa fazer absolutamente nada, nem pensar em espremer. Fazer compressa nem pensar. Deixa que isso involui e desaparece”, afirma.
Quando acontece o ingurgitamento mamário, o bebê já nasce com as mamas inchadas. É comum que as duas situações — ‘minimenstruação’ e o inchaço nas mamas — aconteçam, paralelamente, mas isso não é uma regra.
Todo recém-nascido deve ir ao pediatra ainda na primeira semana de vida. A ida ao consultório é um momento para tirar dúvidas sobre essas e outras questões que envolvam os bebês. Em caso de algum sintoma diferente do comum, os pais devem falar com o médico.
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